quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


PRELÚDIO


Caminhar no mundo de tantas posses

O cercado que separa: quem semeia de quem come.

Na véspera de um “novo tempo”
A técnica busca superar: o olhar, o ouvir, o sentir, o falar...

A palavra que ecoa na casa das palavras
Dos homens que anunciam

A arte da revelação contra a
maior opressão.

A palavra que ecoa na casa das palavras
Que denuncia a mão que aleja
os corpos de quem esculpi.

A palavra que ecoa na casa das palavras
Afirmando que se o verbo veio primeiro então cante para os corações e
mentes: Revolução...


UNIVERSO PARALELO

Observando o céu de estrelas

Imensidão abstraída no pensamento

Como formigas saqueando torrões de açúcar

De um pão de sonho cosmogonista.

Zeus e seu olímpo de orixás zodiacais

No entender dos homens deus fez o mundo e vigia tudo

Para Zeus os homens são instrumentos das vontades divinas

Jogos de amor e ódio.

Mesmo que insista na pergunta

Mesmo que não aches a resposta:

O mundo é feito de poesia que faz e desfaz ...

Reticulando a imagem que vês

Vezes enganando o que senti.

O que queres que eu responda?

Que o mundo imundo que vivemos é um aquário de
peixes com bocas que gesticulam sempre o
sim;

Que o mundo imundo que vivemos é um teatro de
fantoches com sua história já descrita e narrada;

Que o mundo imundo que vivemos é a poeira de um
tempo que leva tempestades mas também carrega sóis e chuvas...

Que o mar que habita meu sertão é maior que todos os
sertões...

E o que mais desejo é estar numa roda de amigos
cantando, bebendo os prazeres da vida, antes que o tempo se esvai...

Antes que meus olhos cansem de olhar quantas
estrelas

Que habitam tantos pensamentos e encham meu universo
apraz!



sábado, 10 de dezembro de 2011

ABISSAL


Mergulhando nas lentes de um olhar

Degradê como as águas do mar

Cristalizar o que é só tristeza, e o que é só alegria?

Inútil distinguir qual a parte que me pertence.

Desarmado entro no ringue

Sou Cortázar abandonando os socos de boxe

Para agarrar uma caneta e lutar pelo amor e a vida.

Sentir o aflorar do sentido peculiar das universalidades

Dos seres e das coisas simples.


Mas nunca é tarde para descrever o que sinto agora

Uma imensa satisfação de sentar na varanda do mundo

E enxergar a ludibriante aventura humana de estar constantemente querendo...

Sair a deriva na alcoólica noite discutindo sem razão para entender o ideal alheio, ver as mulheres passando os homens que passam, xingar a política daqueles que jogam a bola das futilidades...

Mudando o discurso falarei como um mecenas insinuando que não se deve cuspir nos pratos, plantarei uma árvore mesmo que os meus negócios dependam dela, acordarei sempre às seis da manhã chamando-a de meu bem...


Uma imensa satisfação de sentar na varanda do mundo

Procurando saber qual à parte que me pertence

Cristalizar o que é só tristeza, e que é só alegria?

É a própria vida manifestando em tudo que se move

Como uma folha na dança do vento

Manifestai poesia.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011




O DESPERTAR DE UM DESEJO

Nem te conheço e já sinto tua falta
Vivo sonhando em ter contigo
O que nós possamos juntos...

Entrar na alameda dos desejos
Bebendo até se embriagar de vinhos e coquetéis de sulcos hormonais...
Falaremos quaisquer dizeres
Carregados de pedidos obtusos.

Muitos beijos, muitos abraços
A procura do meu pedaço em teu corpo
Fundido em fogo, em gozo!
Depois de repartimos nossos cansaços
Vou te levar abraçada com o meu tesão...
Nem te conheço e já quero te ter de novo...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011


AS FLORES DO NOSSO JARDIM

Sentado de frente ao horizonte
Vejo dois sóis no poente
O que aquece e ilumina anuncia que a primavera chegou
E o outro como tatuagem põe-se na calcinha de uma bela anca.

Essa paisagem alimentando meu ego
Deixa-me perplexo a descrever o ser tão lindo que nos acompanha
Não somente pela forma, o jeito meigo, o sexo único e definido.
Define o gênero masculino ao nascer
Para depois crescer dentro de seu prazer
Uma performance que nos acompanha até morrer...


Sentado de frente a esse horizonte
Crio uma mandala com as ruas do centro
São os signos das flores semeados para cada um de nós
Uma serpente para ti, enquanto como as maçãs.


E se condenarem novamente nossos atos
Discutindo o sexo dos anjos para te darem a devida culpa
- Hipocrisia, anátema -.
Porque a libido estará também nos teus filhos
Mesmo que a boca insista na recusa.


Sentado de frente ao horizonte
Vejo dois sóis no poente
O que aquece e ilumina anuncia que a primavera chegou
E o outro como tatuagem põe-se na calcinha de uma bela anca

terça-feira, 1 de novembro de 2011

FILHOS DA PÁTRIA



Discursos inflamados

Te cobram obediência

As hienas não param de dilacerar o corpo social querendo cada vez mais...

Te pedem paciência

Dizendo que deve ser filho da pátria...


Os filhos da puta

Fazem silogismo clamando pacifismo no “ceu-inferno”.

sábado, 8 de outubro de 2011

EM DEFESA DOS TRABALHADORES BRASILEIROS, EM ESPECIAL AQUELES QUE ESTÃO NESTE MOMENTO EXIGINDO SUA DIGNIDADE E DIREITOS NA EDUCAÇÃO, CORREIOS E BANCÁRIOS!


ESTAMOS EM GREVE!



Sustentamos a sociedade

Sem nosso suor tu não existiria

Estamos nas docas,nas escolas, nas fábricas, no campo, nos túneis, nos andaimes, nas repartições públicas e até na administração dos capitais...

Estamos nas ruas exigindo o que nos é de direito!


Estamos em greve por sua recusa exploradores!

Souberam nos dividir

Depois que construímos máquinas querem demitir

E com o desemprego veio à concorrência, alienação e o medo.


Mas deves lembrar

Que sempre seremos a espinha dorsal

Que erguera e ti dará um basta!


Estamos em greve!

Isso é só o princípio do seu fim...

Vejo a classe trabalhadora como uma criança adormecida

Por mais infestado de insetos, sanguessugas...

Ela acordara e relembrara dos sonhos e lutas históricas

Esmagando os parasitas provara que mesmo que sejam muitos nós somos o todo.

Estamos em greve!

GOVERNO PARALELO

Transeuntes

Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários

Da situação

Edificando conglomerados produtivos

Especulam

Na Bolsa dos quilos de cocaína

O morro.


Policiando

A justiça da cobra-cega

O tráfego

De influências...

Políticos

Avaliando o custo-benefício

Piramidal.


A bengala coligada

Guia

A velha democracia

O peso da carcaça

Sucumbe a sapiência dos povos

Calcanhar-de-aquiles.