PRELÚDIO
maior opressão.
mentes: Revolução...
Observando o céu de estrelas
Imensidão abstraída no pensamento
Como formigas saqueando torrões de açúcar
De um pão de sonho cosmogonista.
No entender dos homens deus fez o mundo e vigia tudo
Para Zeus os homens são instrumentos das vontades divinas
Jogos de amor e ódio.
Mesmo que insista na pergunta
Mesmo que não aches a resposta:
O mundo é feito de poesia que faz e desfaz ...
Reticulando a imagem que vês
O que queres que eu responda?
Que o mundo imundo que vivemos é um aquário de
peixes com bocas que gesticulam sempre o
sim;
Que o mundo imundo que vivemos é um teatro de
fantoches com sua história já descrita e narrada;
Que o mundo imundo que vivemos é a poeira de um
tempo que leva tempestades mas também carrega sóis e chuvas...
Que o mar que habita meu sertão é maior que todos os
sertões...
E o que mais desejo é estar numa roda de amigos
cantando, bebendo os prazeres da vida, antes que o tempo se esvai...
Antes que meus olhos cansem de olhar quantas
estrelas
Que habitam tantos pensamentos e encham meu universo
apraz!
Mergulhando nas lentes de um olhar
Degradê como as águas do mar
Cristalizar o que é só tristeza, e o que é só alegria?
Inútil distinguir qual a parte que me pertence.
Desarmado entro no ringue
Sou Cortázar abandonando os socos de boxe
Para agarrar uma caneta e lutar pelo amor e a vida.
Sentir o aflorar do sentido peculiar das universalidades
Dos seres e das coisas simples.
Mas nunca é tarde para descrever o que sinto agora
Uma imensa satisfação de sentar na varanda do mundo
E enxergar a ludibriante aventura humana de estar constantemente querendo...
Sair a deriva na alcoólica noite discutindo sem razão para entender o ideal alheio, ver as mulheres passando os homens que passam, xingar a política daqueles que jogam a bola das futilidades...
Mudando o discurso falarei como um mecenas insinuando que não se deve cuspir nos pratos, plantarei uma árvore mesmo que os meus negócios dependam dela, acordarei sempre às seis da manhã chamando-a de meu bem...
Uma imensa satisfação de sentar na varanda do mundo
Procurando saber qual à parte que me pertence
Cristalizar o que é só tristeza, e que é só alegria?
É a própria vida manifestando em tudo que se move
Como uma folha na dança do vento
Manifestai poesia.
EM DEFESA DOS TRABALHADORES BRASILEIROS, EM ESPECIAL AQUELES QUE ESTÃO NESTE MOMENTO EXIGINDO SUA DIGNIDADE E DIREITOS NA EDUCAÇÃO, CORREIOS E BANCÁRIOS!
ESTAMOS EM GREVE!
Sustentamos a sociedade
Sem nosso suor tu não existiria
Estamos nas docas,nas escolas, nas fábricas, no campo, nos túneis, nos andaimes, nas repartições públicas e até na administração dos capitais...
Estamos nas ruas exigindo o que nos é de direito!
Estamos em greve por sua recusa exploradores!
Souberam nos dividir
Depois que construímos máquinas querem demitir
E com o desemprego veio à concorrência, alienação e o medo.
Mas deves lembrar
Que sempre seremos a espinha dorsal
Que erguera e ti dará um basta!
Estamos em greve!
Isso é só o princípio do seu fim...
Vejo a classe trabalhadora como uma criança adormecida
Por mais infestado de insetos, sanguessugas...
Ela acordara e relembrara dos sonhos e lutas históricas
Esmagando os parasitas provara que mesmo que sejam muitos nós somos o todo.
Estamos em greve!
Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.
Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...
Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.
A bengala coligada
Guia
A velha democracia
O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.