quinta-feira, 10 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

VIOLÕES

[ uma homenagem a mulher ]





O tom de carícias esvai na sucessiva cadência


Do querer violar.



Teu corpo encostado em meu peito


Mãos rítmicas


E das suas entranhas as mais belas vibrações...


Melodias, dissonâncias, cantigas para amar.





Quero ser um Luthier


No pretensioso “design” de suas paixões


Um lunático enfeitiçando o ambiente


Fazendo a corte como os bichos


No entardecer descrito naquela canção que fiz para nós dois.





Ah que saudade, ah que esperança, euforia, tu me trazes.



Em cada casa guardas um segredo


Cada batida um coração


Escalando, escalando, escalando...



A nobreza do teu corpo


Na mata virgem de outrora


Paraíso dos jacarandás


Ressoa...





Quero ser um Luthier


No pretensioso “design” de suas paixões


Um lunático enfeitiçando o ambiente


Fazendo a corte como os bichos


No entardecer descrito naquela canção que fiz para nós dois...

ILHA DESERTA

Lançados no mar da vida

Procurando agarrar aquilo que não nos pertence

Conduzido pela corrente da incerteza

Sou Ulisses indo para casa

Desafiando os inventores de Poseidon.


Fiquei contente em avistar uma ilha

Depois percebi que ela também estava à espera de alguém

Deserto do meu oceano

Quem sou eu, quem é você ilha?


Talvez tenha exilado Bocage por dizer o que sentia e pensava

Quem sabe Papilon, fugindo na busca de liberdade

Até mesmo Napoleão, querendo retomar de assalto seu império.

Quantos homens, quantas ilhas!


Queria a coragem de Espartacus

Encontrar em cada ilhota um escravo e levar ao continente uma avalanche de soldados.

Queria a coragem dos revolucionários de Serra Maestra

Destruir desertos e plantar sementes...

[Não venha regar com areia o que você nunca tentou cultivar.Tenha a mesma determinação dos lavradores que semeiam a terra, porque o fruto provera].


Minha sede é a tua procura

Navio cruzando desertos...

"TERRA DE GIGANTES"

Houveram conflitos...

Houveram batalhas...

Para alcançar não se sabe

definitivamente o que?


A luta prossegue...

A modernidade trilha

Um passado que transparece

em dias futuros...


As guerras continuam...

As fronteiras dividem...

As potências cegam...


Os homens trabalham...

Alguns vivem,

outros são vertigens.

Jovens morrem de fome...

A natureza veste-se de um

escuro véu..

Nossos sonhos ainda

buscam...

E as crianças esperam.

MORADA


Alguém é uma pessoa que habita minha morada

Construída de carinhos

Decorada, decorada

Por poemas que retratam nosso destino

Feito pássaro, feito ninho,

o calor de suas asas...


Alguns chamam está casa

De um sonho impossível

Outros como tu

Vives como a aurora do dia sem pensar na noite hibernada.


Alguém é uma pessoa que habita minha morada

Sem arrimo, sem um muro, sem um teto.

Minha vida está exposta a intempéries das estações inexplicadas

Que faz teu sorriso ou o teu tão emotivo choro meu consolo

E dizer que tudo vale o preço de quem não dá nada...

Que faz tuas noites estreladas ou teu radiante sol...

Meu viver, minha morada!

quinta-feira, 3 de março de 2011

PRELÚDIO

[ LIBERDADE AOS POVOS DO MUNDO ISLÂMICO ]

Caminhar no mundo de tantas posses

O cercado que separa: quem semeia de quem come.


Na véspera de um “novo tempo”

A técnica busca superar: o olhar, o ouvir, o sentir, o falar...


A palavra que ecoa na casa das palavras

Dos homens que anunciam

A arte da revelação contra a maior opressão.


A palavra que ecoa na casa das palavras

Que denuncia a mão que aleja os corpos de quem esculpi.

A palavra que ecoa na casa das palavras

Afirmando que se o verbo veio primeiro então cante para os corações e mentes: Revolução...


A palavra que ecoa na casa das palavras

Sou eu, é você, somos todos nós!

Num prelúdio que derruba muros e abre horizontes

Para criar um mundo melhor.