sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

O ESCUDO DE PHOBOS



Quando a dúvida sombrea o sentimento
Quando a intuição viola a razão...

O beijo na boca seca
O olhar fica opaco e triste
E a carícia que afagava mácula a pele...



Quando a dúvida sombrea o sentimento
Quando a intuição viola a razão...

Não adianta mais dizer
O silêncio covarde tudo dirá...
Que todo amor revelado tantas vezes
Se perde na avalanche de tantos medos...




SAUDAÇÕES AQUÉM NÃO DESISTE...









Surta a saudade

E eu celebro tudo que possa de bom obteres...



Fizemos muito do pouco que tinhamos

Fizemos pouco de tantos sonhos que achas pequeno dessa altivez...



Que inflama só em lembrar a chama que não tem pavio... 




GOVERNO PARALELO

Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.

Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...

Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.

A bengala coligada
Guia
 A velha democracia

O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.



SUPERNOVA


Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

FILHOS DA PÁTRIA


Discursos inflamados
Te cobram obediência
As hienas não param de dilacerar o corpo social querendo cada vez mais...


Te pedem paciência
Dizendo que deve ser filho da pátria...


Os filhos da puta

Fazem silogismo clamando pacifismo no “ceu-inferno”.
PROCISSÃO

De hoje em diante
Não trairei mais as leis e ordens cidadãs
Não encherei a cara de cachaça
Embriagando os ambientes de dizeres obcenos.

Ficarei sereno
Com a sensatez dos tolos
Porque você merece estar tranquilo aceitando o destino traçado por deus.

Estarás incólume como uma barata num cubículo escuro
A espera do próximo cortejo que o levara direto para o céu...
Sete palmos abaixo da terra.
ORQUIDÁRIO




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como o beijo faz com a boca
Um sabor melhor de todas as guloseimas...
Uma comida de um alimento que nunca se farta...




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como as flores...
Como as orquídeas  com cores de calcinha...
Como são lindas...
As flores fazem as cores e as cores fazem as flores?




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
O que seria da palavra sem a poesia indagaria o poeta:
O beijo faz a flor ficar mais viva ou a dona ficar mais bela?



Logo esse ladrão de emoção...
Que rouba teu chão...
Acaricia tuas flores...
Rouba teu sono...
E você como presa em sua ousadia
Fica a espreita a espera do próximo assalto...




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como as flores...
Como as orquídeas  com cores de calcinha...
Como são lindas...
As flores fazem as cores e as cores fazem as flores?
O que interessa é a importância que damos a elas...






quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

...DIA QUE SE FOI...



Como um elo
A noite te fecunda
Súbito o dia que se faz...
Assim nasceu...
Eu com você!

A gosto de ti
Esperei em meio a tantas escolhas
Achar uma que nos permita
O apreço de nossa história.

Como um elo
O dia se foi..
Súbito dia vira noite...
Tudo se desfaz...
Quando se vai!

Desgosto, como frio do inverno que se faz...
Venha primavera, desvaneça...
Faça do amanhã a promessa de um novo dia!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020


A DIALÉTICA DO COGUMELO









As portas da percepção

Como os lobos

Uivavam perante a lua.

Entre as miúças dos anseios e do estresse

Consubstanciado pelo conteúdo e  a  forma

Guarda-chuvas levantam horizontes

Na aurora poética das canções...

Blues...



As odes ecoavam de um azul...

Alimentando as labaredas dos fogos e das paixões

Narcisos enfeitiçados voavam como mariposas

Em meio às luzes de corpos celestes

De um luau.





E dos rastros da mente

Emergiam dos caminhos corcéis

Guiados por um grande índio tupi

E dos arvoredos surgiram uirapurus

Na aurora poética das canções...

Blues...







MENINA DOS OLHOS



Por onde ando

Você é meu guia

Plainando, atravesso multidões para te ver de perto

E quando deparo contigo

Cara a cara

Teu brilho é como água do mar...





Um dedo em riste

Reclama meu olhar

Por que as meninas sentem ciúmes de outras meninas?

Por serem tão belas quanto elas?

Soslaios querem te fazer acreditar

Que meus olhos são apenas teus!


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

 PRELÚDIO





Caminhar no mundo de tantas posses
O cercado que separa: quem semeia de quem come.


Na véspera de um “novo tempo”
A técnica busca superar: o olhar, o ouvir, o sentir, o falar...


A palavra que ecoa na casa das palavras
Dos homens que anunciam
A arte da revelação contra a maior opressão.


A palavra que ecoa na casa das palavras
Que denuncia a mão que aleja os corpos de quem esculpi.


A palavra que ecoa na casa das palavras
Afirmando que se o verbo veio primeiro então cante para os corações e mentes: Revolução...


A palavra que ecoa na casa das palavras
Sou eu, é você, somos todos nós!
Num prelúdio que derruba muros e abre horizontes
Para criar um mundo melhor!




PLACEBO





Agora eu sei...

De onde vem essa tristeza



Não é por causa das questões financeiras

Elas sempre estiveram no vermelho!



Não é por causa das injustiças sociais que assolam nosso país.

Antes e depois de nós parece que ira continuar massacrando nosso povo.



Agora eu sei...

De onde vem essa tristeza



Ela vem da vontade de estar contigo...

Por razões simples ou complicadas ainda não se resolveram...

Ela vem desse vazio que nunca enche...

Ela vem desse aperto sem nó...

Ela vem dessa dor sem doença.

Ela vem desse frio e calor momentâneo...

Vem desse sentir que chamam de paixão.