terça-feira, 25 de agosto de 2015

Com o relógio à vista
Corre feito louco
Atropelando camelôs e bugingangas
Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...
Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...
Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.
Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida
Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.

Zés destes tempos
Não sente que já é tempo
Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos
Decodificando seu submundo.

Tempo senhor das Eras
Tempo senhor dos tempos
Homem escravo do tempo
Homem escravo do homem

Escravo
do

ESCRAVO.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

CALEIDOSCÓPIO



       Vejo as luzes que alimentam a imaginação e queima a retina
       Dos olhos o mundo que tu achas tão grande com sua pequenez
Que não se deu conta de tantos sentimentos guardados aquela pessoa Ladrão de lençóis.  
      
A dança dos acontecimentos conspirou
Para que o problema financeiro fez flertar
Não mais com o prisma ilusório do amor, mas o prazer das paixões...

As ondas sonoras dão cambiantes impressões
Quando tomamos café da manhã misturada com a ressaca dos exageros da noite passada.
Leituras sobre Franz Kafka, leituras sobre a ótica dos aborígines que cultivam os laços sem o germe bárbaro dos góticos.

Passei quinze anos pensando como eliminar esse voyeur
Mas sua silhueta visitava todas as noites meus sonhos de adolescente e acordava com as vestes molhadas pelo choque dos átomos provocados pela energia platônica.

Serei injusto contigo por não concordar com teu silêncio
Depois de tanto tempo ver tuas pupilas terem aquela réstia de cor e brilho que somente os amantes conseguem mostrar.

Às vezes sinto-me como os personagens de não amarás. 





sábado, 8 de agosto de 2015

NARGUILÉ





A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...

Rente aos meus pés/Pequenos seres rastejantes/Sobre a cabeça aves velozes mergulham nos ares disputando seus inimagináveis motivos para viver.

Um horizonte instiga trilhas de rios ao único destino/E as nuvens carregadas de vapores embevecidas dançam...

Como se estivesse no oriente/Numa tenda mulheres mostrando seus ventres aos sons de cítaras.
Como se estivesse nos Andes/Uma grande fogueira com muitos dançarinos ritmados por flautas de pã.
A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...


domingo, 2 de agosto de 2015

                                    DESPERTAR DE UM DESEJO
 
                              Nem te conheço e já sinto tua falta
Vivo sonhando em ter contigo
O que nós possamos juntos...


Entrar na alameda dos desejos
Bebendo até se embriagar de vinhos e batidas de sulcos hormonais
 Falaremos quaisquer dizeres
Carregados de pedidos obtusos.


Um beijo, muitos abraços
 A procura do meu pedaço em teu corpo
 Fundido em fogo, em gozo!


Depois de repartimos nossos cansaços
 Vou te levar abraçada com o meu tesão...