quarta-feira, 23 de outubro de 2019



...DIA QUE SE FOI...



Como um elo
A noite te fecunda
Súbito o dia que se faz...
Assim nasceu...
Eu com você!

A gosto de ti
Esperei em meio a tantas escolhas
Achar uma que nos permita
O apreço de nossa história.

Como um elo
O dia se foi..
Súbito dia vira noite...
Tudo se desfaz...
Quando se vai!

Desgosto, como frio do inverno que se faz...
Venha primavera, desvaneça...
Faça do amanhã a promessa de um novo dia!


Abaixo a repressão aos povos oprimidos da América Latina ( Chile, Bolívia, Equador, Honduras, Peru e Venezuela).

O QUE NOS UNE


Pessoas de diferentes culturas
Diferentes situações políticas
E a mesma luta com seus ideais...

Duas almas no mesmo mundo que nos une...

Um é nordestino e o outro andino
Poetas cantores do seu povo sofrido
Portas vozes da liberdade contra a exploração...
Victor morto pela ditadura chilena
Vandré calado pela opressão do regime militar brasileiro!
Mas no vale da história ecoa tuas vozes
Tantos homens diferentes com caminhos e lutas semelhantes...

Duas almas no mesmo mundo que nos une...

A poesia, a música, a luta são vozes de seu povo
Poetas vivos da consciência de classe
Geraldo e Victor fazendo vozes a tantos amordaçados pela injuria, violência e descasos...

Duas almas no mesmo mundo que nos une...

Um é nordestino e o outro andino
Poetas cantores do seu povo sofrido
Portas vozes da liberdade contra a exploração...
Victor morto pela ditadura chilena
Vandré calado pela opressão do regime militar brasileiro!
Mas no vale da história ecoa tuas vozes
Tantos homens diferentes com caminhos e lutas semelhantes...


Duas almas no mesmo mundo que nos une...
Uma só causa...



quarta-feira, 16 de outubro de 2019

KATHARSIS*




Garimpando palavras para falar deste momento.



Catarse liberadora

Despertem os homens das correntes da ignorância.

Muito há que se fazer...A dúvida é por onde começar!

Vamos primeiro tratar dos sentimentos, do amor tão esquecido nas violadas relações humanas.
Queres fazer revolução, comece por si mesmo!



 Não critique o trabalho alheio utilizando-se da preguiça; Não defenda a autonomia entoando autoritarismo; e quando falar sobre “sui generis” não utilize a moral ou não fale... seja laico; sobre as riquezas concentrasse  na igualdade e compartilhe essa consciência.

Mas se recusam tal partilha...Faça para ti a revolução de todos:

Eliminemos a usura e o culto ao consumo famigerado; censure a banalização da cultura e da arte proletária; defenda o progresso que respeite as ações compatibilizadoras da ciência, homem e meio-ambiente.

   

Liberte os homens das correntes da ignorância.

A educação é a fortaleza

E a consciência seu ultimato. 







*Catarse é a metáfora usada por Aristóteles ( “poética”) para combater a condenação de Platão  à arte, especialmente à tragédia, por estimular paixões mórbidas que serviriam mal à humanidade. Na tragédia grega, o herói julga sua consciência culpada, com freqüência devido ao assassinato de um parente. Através da piedade pelo herói, argumenta Aristóteles, o espectador libera-se de seus conflitos psicológicos, de culpas, devido à “autorização” para se emocionar que a ação concreta contida na tragédia concede. E, com isso, revivendo e revisando suas próprias experiências penosas, atinge o espectador um estado de harmonia psicológica e de lucidez realista. Na tradição popular, a cartase liberadora, a purgação de erros pretéritos é alcançada com a revisitação do passado. Trecho do texto de Rogério Cezar de C. Leite/Folha S.P


terça-feira, 15 de outubro de 2019

SUPERNOVA


Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...
VIDEIRA

Como videira nasci em teu jardim
Alimentado por seu carinho
Escalei as paredes abraçando suas orquídeas...

Mas incomodada com tal vigor transformou o outono em inverno e os dias claros em algo frio e nebuloso!

Agora veja como estamos...
Sem dar frutos, com folhas secando vivo os dias...

Agora veja como estamos...
E como pode ser seu jardim ???
Agora sei que de tantas verdades que existem uma ainda
Me prendi a ti...
Minha videira...

quinta-feira, 10 de outubro de 2019


No dia 09 de Outubro de 1967, foi assassinado o guerrilheiro Ernesto Che Guevara. Sua causa era uma sociedade igualitária e justa! 




 DO DIÁRIO DE CHE



                   Vejo agora, com clareza, o capitão bêbado
                   Bigodudo patrão da embarcação vizinha
                   Com gestos enriquecidos pelo vinho ruim.
                  
Despedida entusiasmada dos marinheiros
                   Devotos de Baco.

                   Conhecemos também outros
                   Que defendem a sã coletividade humana
E desprezam o parasitismo que via no vagar da maioria das pessoas.

As medidas de repressão não superam os protestos contra a fome inveterada.
E como eles mesmos chamam o “verme comunista”
Nada mais era que um natural desejo de algo melhor.


BEIJO

 

 

                  A boca murmura

La  boca murmura

A falácia do seu beijo

                   La falacia de su  beso

Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...

Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...                                                             

                                                                  [ o desejo ].

                                                                          [el deseo]     


       

                  Olhares ávidos

                   Miradas ávidas         

Tornaram-se notados

Se vuelven  notadas

                 Que o desvario presente ao nosso redor

                   Que el desvarío presente a nuestro alrededor

                  Calou-se em prontidão.

                   Se calló en prontitud.



                  

O sonho desta noite

                   El sueño de esta noche

                   Brindou como dois cálices...

                   Brindo como dos cálices

                   O vinho dos lábios

                   El vino de los labios

                   Com a cálida sede...

                  Com la cálida sed...

 



                 Da boca que procura

                   De la boca que procura

                 A falácia do seu beijo

                   La falacia de su beso        

                 Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...

                  Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...

                                                                                     [ o desejo ]       

     [el deseo]

domingo, 6 de outubro de 2019


Com o relógio à vista

Corre feito louco

Atropelando camelôs e bugingangas

Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...

Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...

Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.

Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida

Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.



Zés destes tempos

Não sente que já é tempo

Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos

Decodificando seu submundo.



Tempo senhor das Eras

Tempo senhor dos tempos

Homem escravo do tempo

Homem escravo do homem



Escravo

do
Escravo.



Na frase do tempo os homens se inserem como vírgulas, enquanto que, para detê-la, tu te imobilizaste como um ponto.
E.M. Cioran



VIDAS PLANTADAS










Ao cultivar a terra em desespero

Mãos calejadas

A procura do destino

Traçam vidas obscuras, amorfas, sem cores...





Enquanto elles

Que alçam miras

Cabeças e idéias pungentes

Manobram leis obscenas

Em trajetórias ofuscas

Arrastando os inocentes para o abismo.


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Tu, palavra desmedida inventada pelo meu povo.
Explicação do que sinto
É distrair-se desse sentimento que corta como navalha a carne.

Esta calma estranha
Como a espera de um furacão
A ponte que liga a paixão a um amor anônimo,
A ponte criada para unir o que está separado.

No trote tu me sacode
Mas antes ludibria com  galope compassado
Pisando no gramado da pele que acariciava com o coito.
Como vício me flagela fazendo querer mais este ódio que assola
Depois fissura minhas portas e janelas escancaradas pelo desejo.

Saudações de um anfitrião pedindo esmola
Morrendo de fome provocada pela ausência de tua presença.
Kamikaze, irei ao teu encontro
Querendo matar, querendo morrer
Se tu esquecer algum dia de me visitar,                                                                  
SAUDADE.        

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A PERCEPÇÃO DOS CANIBAIS

 



O querer absolvido da mente

A mente refletindo o olhar

Centrifugando as desordens das cores

Na mesma intensidade que traduzo seu soar.

Soar feito de movimentos
Animados pelas forças meta-físico-material
Orbitando átomos que unem e comem
Parindo, comendo, parindo...

Quânta beleza há na vida

Quânta certeza no definhar...

Cortando dos lábios sorrisos

Costurando na boca o chorar.

 

Sorrisos de bocas banguelas

São sorrisos também o coaxar

De sapos atraindo suas fêmeas para trepar.


O choro do olho d’água
Foi feito pra chorar.
Represe teus sentimentos é verá
Barcos sem tripulantes
E ondas a te devorar.

O querer absolvido da mente
A mente refletindo o olhar
Centrifugando a desordens das cores
Na mesma intensidade que traduzo seu soar.

Soar feito de movimentos
Animados pelas forças meta-físico-material
Orbitando átomos que unem e comem
Parindo, comendo, parindo...  


PROCISSÃO

De hoje em diante
Não trairei mais as leis e ordens cidadãs
Não encherei a cara de cachaça
Embriagando os ambientes de dizeres obcenos.

Ficarei sereno
Com a sensatez dos tolos
Porque você merece estar tranquilo aceitando o destino traçado por deus.

Estarás incólume como uma barata num cubículo escuro
A espera do próximo cortejo que o levara direto para o céu...
Sete palmos abaixo da terra.