quinta-feira, 28 de novembro de 2019


DIONEIA





Como planta
Enraizada sobre a pedra
sobrevive...
Se alimenta do meu eu
Como pode?


Eu que tanto cativei
Cativo!
Eu que já fui seu...
Perdido!
Agora sou presa...
Saudade, atemporal!


Passado, não existe mais...
Presente, não te vislumbro!
Saudade, temporal!



Soou no ouvido
A frase de carinho:
Que a gratidão é a memória do mais sublime sentimento.



Eu que tanto cativei
Cativo!
Eu que já fui seu...
Perdido!
Agora sou presa...
Saudade, atemporal!



Passado, não existe mais...
Presente, não te vislumbro!
Saudade, temporal!


quinta-feira, 7 de novembro de 2019


GOVERNO PARALELO



Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.

Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...

Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.

A bengala coligada
Guia
 A velha democracia

O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.



quarta-feira, 6 de novembro de 2019

SUPERNOVA


Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...

sexta-feira, 1 de novembro de 2019


LE IT BE


Foi na dissonância...
Dos enigmas que traduzem as canções
O querer saber onde os pés das paixões caminham
Na estrada sinuosa do devir...

Gostar tanto de você
Como posso cobrar explicações
Daquilo que ainda aflora no meu peito
Como broto, como árvore
Que nasce nas pedras de meu tempo...

Deixe estar!
A estranha forma de responder
Aquilo que marca como tatuagem...
E se houver um dia sem você...
Porque se me faz tão bem?
Deixe estar!

E de absolutos escárnios
Sejam calados por nossos gemidos
Frases sussurradas aos seus ouvidos
Vem comigo!
     



VIA DUPLA


Essas primeiras décadas desse novo século a política do Brasil chegou ao seu limiar - apocalypse now .
Seus medíocres representantes alimentam crises, eliminaram ideologias, sucumbiram a chamada Esquerda com atos de Direita, deram voz falaciosa a histórica setores conservadores   para falarem em nome dos desfavorecidos e os seguimentos do  movimento operário foram engessadas em meio a tal caos e absurdos...

Esse sentimento semelhante a conduzir um veículo desgovernado ou sem freios em alta velocidade em nebulosa estrada volta à tona:

- Pelo retrovisor observamos que tudo que lutamos e passamos pode se perder... Os vermes do absurdo estão na nossa rabeira, por um assalto querem conduzir de novo o veículo com discórdia ou ditadura;

- A frente uma estrada cheia de descasos e injustiças que somente podemos vencer passando por cima, extirpando o mal pela raiz, caso contrário seremos atropelados pelo desmando e a miséria da política capitalista;

- Do lado da Esquerda em meio a essa guerra sem nenhuma ideologia que o apoie, sem nenhum propósito igualitário os trabalhadores sedentos estão como postes, estáticos no temporal;

- Do lado da Direita, as hienas exploradoras retomam seus trabalhos arquitetando e inovando seus famigerados golpes para dominar o corpo social... 

- E acima de nós apenas o céu...


MANIFESTO

O que dizer neste momento de total putrefação
A resistência parece estagnada ao sentir a opressão vestida com adereços tecnológicos da mesma ilusão...
Perdeu-se  o compromisso com a consciência de classe os trabalhadores?
Seus idealizadores não ressoam mais o Manifesto em nome dos explorados?
O que fizemos e deixamos de fazer como militantes das bandeiras da libertação?

Não pense que o mundo tornou-se mais humano e o capitalismo sociável.
Não pense que temos que inventar outras ideologias para que os trabalhadores rompam com os grilhões que acorrentam sua sede por justiça...
Tudo está lá como sempre esteve: o sistema bárbaro e carcomido pelo câncer capitalista devorando todo o organismo composto do micro e macrocosmo planetário; A pobreza sustentando o reino consumista da abundância; A miséria da filosofia em nome da benevolência dos hipócritas;

Revolucionar, a priori é tomar consciência de sua realidade...
Revolucionar é buscar romper com a alienação que se alia com às formas mais grotesca da convivência humana.
Revolucionar é tentar mudar nossas vidas e a dos outros sem esperar as vantagens que isso lhe proporcionara...
Revolucionar é a perspectiva de um mundo e uma nova ordem que propicie um equilíbrio entre homem e natureza...
Revolucionar e tomar o açoite do opressor e fazer justiça em prol da igualdade de direitos.
Revolucionar é acabar com o atual sistema econômico global que visa à opressão, a exploração dos homens e dos recursos naturais e a especulação e o domínio das riquezas...
Revolucionar é cultivar a cultura do afeto, da poesia que está nas artes humanas e na  utilização consciente da ciência e da tecnologia em prol da preservação de todos os seres vivos...
Revolucionar é respeitar até as limitações que a própria natureza humana enfrenta ponderando a escolha daquilo que podemos ou não acreditar para não cria falsas ilusões sobre o que permeia a morte e os mistérios do universo.
Revolucionar é acordar ou dormir a hora que for almejando a convivência sadia com o próximo...
Revolucionar é a incessante buscar da liberdade sabendo que jamais seremos felizes se aqueles que convivem com você não compartilham desse mesmo sentir...
Revolucionar é o Ser, o Sentir sem a maestria do Ter...
Revolucionar é o Ter, não como atributo da posse, mas no sentido do fazer que a própria revolução constante realiza no entendimento que o novo sempre vem...