quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

CROQUI DO QUIPROCÓ

Ele queria uma mulher gostosa

Que não fosse inteligente demais, mas que não fizesse vexame.

Ela queria um homem sensual

Que fosse sincero e trabalhador, mas que seu romantismo incomodasse suas amigas mesmo que isso inconscientemente causasse ciúmes...

Mulheres sabem que homens em sua maioria não são fieis

Culpam de suas safadezas e olhadelas as outras mulheres.

E as outras mulheres na procura de uma alma gêmea encontram muitas vezes esses ideais amantes nos parceiros de outras mulheres causando sofrimentos e desafios querendo demostrar que são melhores e não menos safadas...

Homens são eternos moleques e mulheres genitoras

Mulheres tem sua personalidade moldadas pelos hormônios

Homens pela indeterminada fusão do biológico e meio social, sem uma previa definição, pois essa é uma simples opinião em meio a tantas...

Croqui do quiproquó:

Ele desejava sua prima, mas ela tinha a mesma idade e de corpo feito ignorava aquele moleque franzino.

O tempo passou e o menino se fez homem.

Ela, mulher ganhou experiência e percebeu suas paixões, mas já estava envolvida com algum príncipe de sua infância.

Conheceu e amou muitas mulheres e ela ficou apenas na memória a procura de um novo príncipe-sapo...

Quando não a solução para muitos problemas o tempo resolve...

Ela pensou que ia ficar pra titia e ele teve filho e neto precoce!

Este por herança do avô conheceu e descobriu a balzaquiana prima e se casou por estar grávida.

Mas a paixão e a insanidade são parentes e o avô que era um coroa enxuto fretava sua pseudo neta que desta vez notou o amor platônico de seu primo.

Que justo fim teria essa história?

A vida tem muitas peças que o destino pode fazer de quebra-cabeça:

Se existe o amor verdadeiro seria justo esse homem e mulher apaixonados arrancarem esse pudor e serem banidos pela moral que reza a instituição família, em troca de sua felicidade...

Ou privarem-se desse amor proibido em nome de seus entes queridos?

Fácil opinar sobre os problemas que enlaçam a vida alheia, porém esse esboço de uma possível confusão é só para indagar sobre a relação humana que na maioria das vezes pode tornar-se um croqui do quiproquó.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Com o relógio à vista


Corre feito louco


Atropelando camelôs e bugingangas


Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...


Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...


Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.


Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida


Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.



Zés destes tempos


Não sente que já é tempo


Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos


Decodificando seu submundo.



Tempo senhor das Eras


Tempo senhor dos tempos


Homem escravo do tempo


Homem escravo do homem



Escravo


do



ESCRAVO.

NARGUILÉ

A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...

Rente aos meus pés/Pequenos seres rastejantes/Sobre a cabeça aves velozes mergulham nos ares disputando seus inimagináveis motivos para viver.

Um horizonte instiga trilhas de rios ao único destino/E as nuvens carregadas de vapores embevecidas dançam...

Como se estivesse no oriente/Numa tenda mulheres mostrando seus ventres aos sons de cítaras.

Como se estivesse nos Andes/Uma grande fogueira com muitos dançarinos ritmados por flautas de pã.

A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...

A PERCEPÇÃO DOS CANIBAIS

O querer absolvido da mente

A mente refletindo o olhar

Centrifugando as desordens das cores

Na mesma intensidade que traduzo seu soar.


Soar feito de movimentos

Animados pelas forças meta-físico-material

Orbitando átomos que unem e comem

Parindo, comendo, parindo...


Quânta beleza há na vida

Quânta certeza no definhar...

Cortando dos lábios sorrisos

Costurando na boca o chorar.


Sorrisos de bocas banguelas

São sorrisos também o coaxar

De sapos atraindo suas fêmeas para trepar.


O choro do olho d’água

Foi feito pra chorar.

Represe teus sentimentos é verá

Barcos sem tripulantes

E ondas a te devorar.


O querer absolvido da mente

A mente refletindo o olhar

Centrifugando a desordens das cores

Na mesma intensidade que traduzo seu soar.


Soar feito de movimentos

Animados pelas forças meta-físico-material

Orbitando átomos que unem e comem

Parindo, comendo, parindo...

SAUDADE

Tu, palavra desmedida inventada pelo meu povo.

Explicação do que sinto

É distrair-se desse sentimento que corta como navalha a carne.


Esta calma estranha

Como a espera de um furacão

A ponte que liga a paixão a um amor anônimo,

A ponte criada para unir o que está separado.


No trote tu me sacode

Mas antes ludibria com galope compassado

Pisando no gramado da pele que acariciava com o coito.

Como vício me flagela fazendo querer mais este ódio que assola

Depois fissura minhas portas e janelas escancaradas pelo desejo.


Saudações de um anfitrião pedindo esmola

Morrendo de fome provocada pela ausência de tua presença.

Kamikaze, irei ao teu encontro

Querendo matar, querendo morrer

Se tu esquecer algum dia de me visitar,

SAUDADE.

domingo, 2 de janeiro de 2011

ESTAÇÕES

Esta chuva caindo. Caindo

Trás lembranças daqueles dias...

Que o sol brilhava

E o calor deixava-nos aquecidos...



Sei que os tempos mudam

Com ele, conseqüentemente nós.

Mas a natureza tem seus estágios

Nem por isso se desfaz.



Tempestades talvez apontem,

Animais famintos de amor e paz.

Mas eu quero o amanhã,

De portas abertas

Que as vidas sejam vivas

E a natureza nos conduza

A dimensões suaves e doces.