quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

 

Tu, palavra desmedida inventada pelo meu povo.

Explicação do que sinto

É distrair-se desse sentimento que corta como navalha a carne.

 

Esta calma estranha

Como a espera de um furacão

A ponte que liga a paixão a um amor anônimo,

A ponte criada para unir o que está separado.

 

No trote tu me sacode

Mas antes ludibria com  galope compassado

Pisando no gramado da pele que acariciava com o coito.

Como vício me flagela fazendo querer mais este ódio que assola

Depois fissura minhas portas e janelas escancaradas pelo desejo.

 

Saudações de um anfitrião pedindo esmola

Morrendo de fome provocada pela ausência de tua presença.

Kamikaze, irei ao teu encontro

Querendo matar, querendo morrer

Se tu esquecer algum dia de me visitar,

 

                                                                  SAUDADE.

       

sábado, 2 de janeiro de 2021

 

                     PRELÚDIO

 

 

 

 

Caminhar no mundo de tantas posses

O cercado que separa: quem semeia de quem come.

 

 

Na véspera de um “novo tempo”

A técnica busca superar: o olhar, o ouvir, o sentir, o falar...

 

 

A palavra que ecoa na casa das palavras

Dos homens que anunciam

A arte da revelação contra a maior opressão.

 

 

A palavra que ecoa na casa das palavras

Que denuncia a mão que aleja os corpos de quem esculpi.

 

 

A palavra que ecoa na casa das palavras

Afirmando que se o verbo veio primeiro então cante para os corações e mentes: Revolução...

 

 

A palavra que ecoa na casa das palavras

Sou eu, é você, somos todos nós!

Num prelúdio que derruba muros e abre horizontes

Para criar um mundo melhor.

 

 

 

VIA DUPLA


 

Essas primeiras décadas desse novo século a política do Brasil chegou ao seu limiar - apocalypse now .

Seus medíocres representantes alimentam crises, eliminaram ideologias, sucumbiram a chamada Esquerda com atos de Direita, deram voz falaciosa a históricos setores conservadores para falarem em nome dos desfavorecidos e os seguimentos do  movimento operário foram engessadas em meio a tal caos e absurdos...

 

Esse sentimento semelhante a conduzir um veículo desgovernado ou sem freios em alta velocidade em nebulosa estrada volta à tona:

 

- Pelo retrovisor observamos que tudo que lutamos e passamos pode se perder... Os vermes do absurdo estão na nossa rabeira, por um assalto querem conduzir de novo o veículo com discórdia ou ditadura;

 

- A frente uma estrada cheia de descasos e injustiças que somente podemos vencer passando por cima, extirpando o mal pela raiz, caso contrário seremos atropelados pelo desmando e a miséria da política capitalista;

 

- Do lado da Esquerda em meio a essa guerra sem nenhuma ideologia que o apoie, sem nenhum propósito igualitário os trabalhadores sedentos estão como postes, estáticos no temporal;

 

- Do lado da Direita, as hienas exploradoras retomam seus trabalhos arquitetando e inovando seus famigerados golpes para dominar o corpo social... 

 

- E acima de nós apenas o céu...