sábado, 24 de maio de 2014


Com o relógio à vista
Corre feito louco
Atropelando camelôs e bugingangas
Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...
Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...
Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.
Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida
Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.

Zés destes tempos
Não sente que já é tempo
Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos
Decodificando seu submundo.

Tempo senhor das Eras
Tempo senhor dos tempos
Homem escravo do tempo
Homem escravo do homem

Escravo
do

ESCRAVO.



sábado, 17 de maio de 2014

Abaixo as Leis Antiterrorismo da Copa da FIFA e quaisquer formas de impedir a liberdade de expressão...



VIDAS PLANTADAS



Ao cultivar a terra em desespero
Mãos calejadas
A procura do destino
Traçam vidas obscuras, amorfas, sem cores...


Enquanto elles
Que alçam miras
Cabeças e idéias pungentes
Manobram leis obscenas
Em trajetórias ofuscas

Arrastando os inocentes para o abismo.

domingo, 4 de maio de 2014

Com todo respeito a história, a cultura e a soberania da população ucraniana.

" A VERDADE É REVOLUCIONÁRIA "



                              A PENÚLTIMA REVOLUÇÃO



Quando ouço certas canções
Pedaços de sentimentos...
Temores, desejos, lutas e glorias!
Não cabe em meu pensamento
Não cabe em meu sentimento
Não cabe essa incessante vontade de prosseguir...
Não cabe aceitar a efemeridade dos extremos da riqueza e pobreza
Não cabe...


Vamos!
Peguemos as armas...
Vamos!
Lutemos até a morte da alienação.
“Quem anda com luz própria, nada pode apagar...”


Não temos mais nada a perder
Ou nosso propósito alimentara as nossas vidas
Ou a predestinação do sistema guiara todos ao caos.
Não a justiça para quem está morto.

Vamos!
Peguemos as armas...
Vamos!
Lutemos até a morte da alienação.
“Quem anda com luz própria, nada pode apagar...”

Nossos filhos agora terão o que fazer...
Façamos o movimento
Façamos a Revolução
Que a Consciência fará o resto...


sexta-feira, 2 de maio de 2014

ESPASMO



Apaixonei-me por tudo que representas
Quando fui dormi você estava lá a minha espera
Num incandescente sonho despida
Teu belo corpo sem pudor lançado sobre o meu...
  
Projeto o teu corpo no confidente desejo
Explorando a carícia da alheia amante...
Estará o desejo realizado na volúpia desse sonho quando estou adormecido?
Estarei apenas vislumbrando aquilo que jamais terei
A enganar com fantasias meu desejo no corpo de alguém?

Indago sobre a própria interrogativa:
Mesmo que algo impeças de te-la
Meu desejo faz-se no sonho de um inusitado encontro...
Projetando o teu corpo em outro corpo.


Que explora a carícia da alheia amante...
CARTA PARA QUEM ESTÁ PERTO


  
Quero te roubar um beijo
Toda manhã te fazer sorrir...
Seus olhos me verem ao abrir.


A noite cansar-te de tantos carinhos
Até nesses desejos rabiscados em versos
Uma pseudo carta  para que está perto
Feita de frases curtas de quem se senti longe...
Feita para romper com a esperança os obstáculos que a vida como aranha tece...
Feita pra te dizer que muitas ou poucas palavras não se vinculam unicamente ao mundo dos significados.


O drama de minhas palavras é não saber que rumo meu amor dará
Ao que está perto fugira de desgosto ou que está longe se sentira perto?
Minhas palavras não querem interrogar nossos sentimentos
Elas tentam expressar onde mora meu e o teu coração...


ILHA DESERTA



Lançados no mar da vida
Procurando agarrar aquilo que não nos pertence
Conduzido pela corrente da incerteza
Sou Ulisses indo para casa
Desafiando os inventores de Poseidon.


Fiquei contente em avistar uma ilha
Depois percebi que ela também estava à espera de alguém
Deserto do meu oceano
Quem sou eu, quem é você ilha?


Talvez tenha exilado Bocage por dizer o que sentia e pensava
Quem sabe Papilon, fugindo na busca de liberdade
Até mesmo Napoleão, querendo retomar de assalto seu império
Quantos homens, quantas ilhas!


Queria a coragem de Espartacus
Encontrar em cada ilhota um escravo e levar ao continente uma avalanche de soldados.
Queria a coragem dos revolucionários de Serra Maestra
Destruir desertos e plantar sementes...
 [Não venha regar com areia o que você nunca tentou cultivar.Tenha a mesma determinação dos lavradores que semeiam a terra, porque o fruto provera].
Minha sede é a tua procura
Navio cruzando desertos...