domingo, 21 de junho de 2009

PRELÚDIO

Caminhar no mundo de tantas posses
O cercado que separa: quem semeia de quem come.

Na véspera de um “novo tempo”
A técnica busca superar: o olhar, o ouvir, o sentir, o falar...

A palavra que ecoa na casa das palavras
Dos homens que anunciam
A arte da revelação contra a maior opressão.

A palavra que ecoa na casa das palavras
Que denuncia a mão que aleja os corpos de quem esculpi.

A palavra que ecoa na casa das palavras
Afirmando que se o verbo veio primeiro então cante para os corações e mentes: Revolução...

A palavra que ecoa na casa das palavras
Sou eu, é você, somos todos nós!
Num prelúdio que derruba muros e abre horizontes
Para criar um mundo melhor.

MODERNIDADE ESQUIZOFRÊNICA

Dizer não
Na hora que lhes impõem...
Dizer não
Até que a cônscia procure gargalhar como resposta
Ao coringa sarcástico
Espadachim, burguês.
/dabliudabliudabliu@arobaplay.pqp.com/
Até essa pora esta patenteada
>>>$Nasdaq {?} <<< Dow Jones$... Stop.../
Calar a vox jamais...
Dizer não
Ao patético porvir ELETROCUTADO.

SOBRE TODAS AS COISAS

Muitas coisas acontecendo
E eu aqui lendo um jornal que é de ontem...
“Um piloto rouba um Mig, gelo em Marte”, super-homens
Dizia o velho ator, o poeta, o louco cantor:
- Que o centro do mundo é simplesmente, a gente.

Muitas coisas acontecendo
E eu aqui lendo o Pessoa
A decifrar alguns mutantes na televisão
Por onde você andou...
Faz tempo que não te vejo.

O dedo em vê, aquela utopia: O que é a arte e a magia?
Que não existe amor de barriga vazia, será o sexo uma androgenia?
E a loucura contida em nós, tem uma dose de rebeldia
Um gozo a meia-noite, um beijo de despedida,
Mas uma bala quebrando os sonhos de um trabalhador
Que há muito... procura trabalho
Mas nada adiantou.

O dedo em vê, aquela utopia: O que é a arte e a magia?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

VIOLÕES

O tom de carícias esvai na sucessiva cadência
Do querer violar.

Teu corpo encostado em meu peito
Mãos rítmicas
E das suas entranhas as mais belas vibrações...
Melodias, dissonâncias, cantigas para amar.

Quero ser um Luthier
No pretensioso “design” de suas paixões
Um lunático enfeitiçando o ambiente
Fazendo a corte como os bichos
No entardecer descrito naquela canção que fiz para nós dois.

Ah que saudade, ah que esperança, euforia, tu me trazes.

Em cada casa guardas um segredo
Cada batida um coração
Escalando, escalando, escalando...

A nobreza do teu corpo
Na mata virgem de outrora
Paraíso dos jacarandás
Ressoa...

Quero ser um Luthier
No pretensioso “design” de suas paixões
Um lunático enfeitiçando o ambiente
Fazendo a corte como os bichos
No entardecer descrito naquela canção que fiz para nós dois...

DIÁRIO DO CHE

DIÁRIO DO CHE


Vejo agora, com clareza, o capitão bêbado
Bigodudo patrão da embarcação vizinha
Com gestos enriquecidos pelo vinho ruim.

Despedida entusiasmada dos marinheiros
Devotos de Baco.

Conhecemos também outros
Que defendem a sã coletividade humana
E desprezam o parasitismo que via no vagar da maioria das pessoas.

As medidas de repressão não superam os protestos contra a fome inveterada.
E como eles mesmos chamam o “verme comunista”
Nada mais era que um natural desejo de algo melhor.

Veremos se algum dia, algum mineiro pegar uma picareta com prazer e vá envenenar seus pulmões com alegria consciente.
Dizem que lá, de onde vem a chama rubra que deslumbra hoje o mundo, é assim.
É o que dizem. Eu não sei.


SAUDADE

Tu, palavra desmedida inventada pelo meu povo.
Explicação do que sinto
É distrair-se desse sentimento que corta como navalha a carne.

Esta calma estranha
Como a espera de um furacão
A ponte que liga a paixão a um amor anônimo,
A ponte criada para unir o que está separado.

No trote tu me sacode
Mas antes ludibria com galope compassado
Pisando no gramado da pele que acariciava com o coito.
Como vício me flagela fazendo querer mais este ódio que assola
Depois fissura minhas portas e janelas escancaradas pelo desejo.

Saudações de um anfitrião pedindo esmola
Morrendo de fome provocada pela ausência de tua presença.
Kamikaze, irei ao teu encontro
Querendo matar, querendo morrer
Se tu esquecer algum dia de me visitar,
SAUDADE.

MORADA

Alguém é uma pessoa que habita minha morada
Construída de carinhos
Decorada, decorada
Por poemas que retratam nosso destino
Feito pássaro, feito ninho,
o calor de suas asas...

Alguns chamam está casa
De um sonho impossível
Outros como tu
Vives como a aurora do dia sem pensar na noite hibernada.

Alguém é uma pessoa que habita minha morada
Sem arrimo, sem um muro, sem um teto
Minha vida está exposta a intempéries das estações inexplicadas
Que faz teu sorriso ou o teu tão emotivo choro meu consolo
E dizer que tudo vale o preço de quem não dá nada...
Que faz tuas noites estreladas ou teu radiante sol...
Meu viver, minha morada!

MOSAICO

Reflexos estilhaçam o passado secular
Turvos arco-íris lançados de canhões de luz

Num piscar de olhos volto
Reflexão espasma dá conta que ainda não vi a minha grande barba no meu rosto nu.

Choro de criança
Louca aventura de soldados de chumbo marchando para labaredas
Idéias e paixões...

Carros sem asas zunem na avenida do quinto andar
Mulheres na espreita matam querendo amar
Enquanto nascem rebentos de caixões de gelo
Manchetes anunciam: Eram os deuses crionautas!

No bar do Olimpo
Homens uivando vagueiam
Afirmando que o cavaleiro épico não existe mais...
Levantando as taças brindam...
Superamos a morte! Superamos a Morte! Superamos a morte!
Uma voz descompassada grita:
Venceremos na Vida! Venceremos na Vida! Venceremos na Vida!
Como um banho de água fria a lucidez descompactua
E todos desconversam voltando aos seus antigos lugares...

AS FLORES DO NOSSO JARDIM

Sentado de frente ao horizonte
Vejo dois sóis no poente
O que aquece e ilumina anuncia que a primavera chegou
E o outro como tatuagem põe-se na calcinha de uma bela anca.

Essa paisagem alimentando meu ego
Deixa-me perplexo a descrever o ser tão lindo que nos acompanha
Não somente pela forma, o jeito meigo, o sexo único e definido.
Define o gênero masculino ao nascer
Para depois crescer dentro de seu prazer
Uma performance que nos acompanha até morrer...

Sentado de frente a esse horizonte
Crio uma mandala com as ruas do centro
São os signos das flores semeados para cada um de nós
Uma serpente para ti, enquanto como as maçãs.

E se condenarem novamente nossos atos
Discutindo o sexo dos anjos para te darem a devida culpa
- Hipocrisia, anátema -.
Porque a libido estará também nos teus filhos
Mesmo que a boca insista na recusa.


Sentado de frente ao horizonte
Vejo dois sóis no poente
O que aquece e ilumina anuncia que a primavera chegou
E o outro como tatuagem põe-se na calcinha de uma bela anca.

CRISTO ATEU

Em nome de deus justificam a guerra
A terra santa sangra a paz
Das fendas os elos brotam raízes
Milênios em seis dias se faz.

Com multidões veio um homem prometendo a terra
Outro homem pedindo a paz.
“Uma terra sem povo para um povo sem terra”
Terra donde ninguém se entende mais.

E no muro de lamentos e orações...
Pedras intifadas picham soldados que fuzilam o perdão.

Kibutz não sejam campos
Que concentrem a divisão.
E que as fatwas não sejam facas
Cortando a expressão.

“Uma terra sem povo para um povo sem terra”
Eis a questão!

COMO TE QUERO

Procurei em tantos campos...
Nos meus infinitos sonhos
Achar que estavas tão longe
Que brotou sobre meus próprios pés...

Como te quero...

Pensar que teria medo
Dos atalhos...
Dos seus olhos.
Que traria um brilho
Que trilhava um caminho
[ bem vindo, felino, sem tino ].

Como te quero...

Falar em seu coração
Com a boca calada
A maior das palavras...
[ Amor ].

Amar teus desejos omissos
Feitos de corpos e carinhos.
Nascendo da flor sublime
A semente chamada destino.
Como te quero...
Pura,
Cor,
Roze,
Li...

PINGO D'ÁGUA

Às vezes me sinto
Largado no mar
Procurando nas ruas ou em qualquer lugar...
Você, o verbo amar
Você, não quer deixar...

Mas sempre um dedo aponta no ar...
Ditando caminhos
Para largar
Você, o verbo amar
Você, não quer deixar...

Pingo d’água na moleira
Quase o dia, noite inteira.
É preciso mais...
É preciso muito mais...
Para poder acabar com o mal que tanto se faz.

ESCRAVO

Com o relógio à vista
Corre feito louco
Atropelando camelôs e bugingangas
Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...
Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...
Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.
Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida
Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.

Zés destes tempos
Não sente que já é tempo
Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos
Decodificando seu submundo.

Tempo senhor das Eras
Tempo senhor dos tempos
Homem escravo do tempo
Homem escravo do homem

Escravo
do
ESCRAVO.

GOVERNO PARALELO

Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.

Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...

Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.

A bengala coligada
Guia
A velha democracia

O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.

TRÊS TEMPOS

Na natureza tudo é vida, movimento, tudo provera!
Quando algum ser emerge, o universo conspirou para sua criação...
E a aparente mãe jamais saberia que peculiaridade teria teu rebento.

Pronto! Pensei na vida e como qualquer dito especialista encontrei a resposta vazia que explicaria o mundo e seu tempo.
Fábulas, geradas pelo encéfalo que procura deus sem querer aceitar a morte.

Vida, passado de um futuro que definha...
Morte, futuro do presente que nasce constantemente.
Natureza, a suma excelência – amálgama:

· Que pode ser gente, como um lavrador que ara a terra depois da queimada, semeando sua vontade adversa à chuva e o sol. Colhendo fartura ou miséria para recomeçar na próxima temporada a mesma jornada;
· Que pode ser pássaro, que nasce, vive e morre para avoar em meio a ventos que levitam insetos gosmentos alimentados por outros seres sedentos;
· Que podem ser vermes que habitam os submundos de fungos ou das fossas carnais de bichos da terra e do mar;
· Que pode ser tudo menos isso que descrevo como prosa de um simplório entendimento sobre os seres e as coisas.


Eu, uma mônada a procura dos elementos que nos compõem...
Vasculhando nas entrelinhas da razão e do sentimento poético a natureza humana composta por um tempo que perdesse em si mesmo.
Quero viver pensando desta maneira mesmo que obtenha apenas coisas soltas e sem nenhuma possibilidade de solidez, pois tudo que é sólido esvai-se também.
Quero lutar para não morrer sem o cansaço que nossas esperanças e paixões fazem a vida jorrar.
Quero ser a cura de minha própria doença, mas se não for que seja a doença que leva a morte à outra maneira de estar vivo na compreensão dos outros que tentam ler esses versos e a vida.

ESTAÇÕES

Esta chuva caindo. Caindo
Trás lembranças daqueles dias...
Que o sol brilhava
E o calor deixava-nos aquecido.



Sei que os tempos mudam
Com ele, conseqüentemente nós.
Mas a natureza tem seus estágios
Nem por isso se desfaz.



Tempestades talvez apontem,
Animais famintos de amor e paz.



Mas eu quero o amanhã,
De portas abertas
Que as vidas sejam vivas
E a natureza nos conduza
A dimensões suaves e doces.

O MENINO E A RUA

Olho para rua e vejo
A criança que fui ontem.
Estes meninos que brincam com gestos de preocupação
No entanto, o ar inspirador de sonhos e fantasias
Produz a eminente inocência.

Olho para a rua e vejo
Que além das crianças e velhos sentados a beira das calçadas
Somente o tráfego de pensamentos perdidos
Vagam na insensatez desapercebida
De um mundo velhaco
Que ignora o passado dos velhos que repousam a beira das calçadas...

Olho para a rua e vejo
Que aquela criança não brinca mais nestas ruas.
Será que cresceu e fora atrás de seus sonhos
Ou buscar respostas as suas preocupações?

Será que se desencantou com o mundo que acreditava existir?
Para onde fora o menino desta rua!
Dizem que partiu rumo ao sul.
Dizem que não tem moradia fixa.
Dizem que ocupa seu tempo lendo histórias de lutas e rebeldia
E que um dia ira reconstruir seu sonho perdido
E buscará aquele menino que costumava brincar nesta rua.

INSPIRAÇÃO

Talvez algo faça
Sentir o inexplicável
Talvez seja o nada
Talvez, o relento.
Onde sentir meu corpo
Minha alma
Trará a mim.
Dentro do meu pensamento
Onde meu universo
Seja meu próprio veneno.


Ao caminhar
Procurar mundos...
Viver a toa.
Sentir o vento...


Trazendo o pedaço
Que faltou...
Deixei onde?
Talvez em nada
Talvez no vento
Talvez em mim
Um elo que não entendo.

MESA DE BAR

Fazia tempos que a solidão
Apossara em nós como pergaminhos
E a vida sem objeção
Procurava apenas um amigo perdido.


Lembro-me...


Quantas vezes nos declaramos
Tirando do finito da consciência
Os verdadeiros amargos do nosso ser
E ao falar-lhe dos meus problemas
Fita-me imóvel a captar...
Como se fosse transpassado a ti.
E ao secar-se o copo, pedia:
Mais um chope!
Como se fosse o único consolo.


Ao despedir-se cambaleando
Observei que levava
Tristemente meus problemas
Não se importando aparentemente com os seus...
Onde andará ó meu grande amigo?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A PERCEPÇÃO DOS CANIBAIS

O querer absolvido da mente
A mente refletindo o olhar
Centrifugando as desordens das cores
Na mesma intensidade que traduzo seu soar.

Soar feito de movimentos
Animados pelas forças meta-físico-material
Orbitando átomos que unem e comem
Parindo, comendo, parindo...

Quânta beleza há na vida
Quânta certeza no definhar...
Cortando dos lábios sorrisos
Costurando na boca o chorar.

Sorrisos de bocas banguelas
São sorrisos também o coaxar
De sapos atraindo suas fêmeas para trepar.

O choro do olho d’água
Foi feito pra chorar.
Represe teus sentimentos é verá
Barcos sem tripulantes
E ondas a te devorar.
O querer absolvido da mente
A mente refletindo o olhar
Centrifugando a desordens das cores
Na mesma intensidade que traduzo seu soar.

Soar feito de movimentos
Animados pelas forças meta-físico-material
Orbitando átomos que unem e comem
Parindo, comendo, parindo...

FRAGILIDADE

Diga o que você pensa
Mostre o seu sentimento
E se não sentir a minha presença.
Eu fico triste
Mas preciso compreender
Mesmo que o momento seja
O mais frágil da minha vida.

Seu mundo ficou distante do meu
Seus compromissos deixavam-me só
Sua presença era cativa.
Eu fico triste
Mas preciso compreender
Mesmo que o momento seja
O mais frágil da minha vida.

Ando sozinho
Sinto falta de você não ter a minha solidão.
Eu fico triste
Mas preciso compreender
Mesmo que o momento seja
O mais frágil da minha vida.

Os anos passaram depressa
Nem percebi
Até que você mostrou
O tempo que não queria perder.

Eu fico triste
Mas preciso compreender
Mesmo que o momento seja
O mais frágil da minha vida.

Eu choro
Por que as pessoas choram?
Por tudo...
Você diz: Que nada é a idade, frágil idade!

Eu fico triste
Mas preciso compreender
Mesmo que o momento seja
O mais frágil da minha vida.

Suas fotos, lembranças
Seu olhar, provas de um passado
Cheio de franquezas
Vazio de realizações
E dos sonhos
Apenas o pesar.

HUMANUS: O limiar entre o macaco e o mutante


Eu era criança
Gostava de árvores
Corria, trepava!
Sumia no mundo
E o mundo me achava.

O tempo passou
Queria ter casa
De uma pedra redonda, uma pedra lascada
Trabalho criava.

Já fui engraxate, office-boy, ambulante, carteiro,professor, metalúrgico, pintor, gigolô, empresário, ladrão, corretor, soldado, poeta, palhaço, político e ditador.

Já paguei muito mico
Já gastei o emprestado
Hoje estou desempregado
Sinto-me macaco
Num mundo civilizado.

Ninguém me agüenta
Vou mudar meus costumes
Andando na moda
Vivendo nos trinques
Vou ser vencedor.

Pintei meus cabelos
Reformei meu nariz
Acessórios transgênicos
Nas orelhas e nos quadris.

Já paguei muito mico
Agora estou consciente
Quando fico chateado
Sou internado no spa do meu quarto
E fico sarado.

LÍRIO

Oh... Olhar lacrimejante
Que traduz retraída flor.


Cônscia flor
Com a mesma mão simiesca que te pariu
Rompa, liberte-nos novamente do asco.


Do estático túmulo de pedra
Simbólica imperatriz ilusionista
Chamada Estátua da Liberdade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

SENTIMENTO ABSTRATO

Uma pessoa falou
Sobre o meu amor
Olhei-a com carinho
Que resposta deu-lhe meu silêncio biofílico?

Outra pessoa veio e disse
“Daria tudo que tivesse
Se eu tivesse um amor.”
Olhei-a com carinho...
A nossa frente uma vidraça
Refletindo duas pessoas
Uma praça ventilada
Nos secos e molhados do outono austral.

IMPÉRIO DOS BOBOS

Vestido para acampar
Com pick-ups cruzando a wall street
Figurantes cabiam pela rede de milhões.

Embalados pelo rock’n roll
Aboliram paternos conceitos...
E o psicodelismo transportado para a contracepção imperial
Recriou o burguês.

A democracia lhe pertence
Com ranços da sistemática mão invisível
Que esmaga o social como uma tribo – singular periférico da aldeia global –
Porém, as comoções surtem efeitos negativos ao intelecto empreendedor,
Que circula como mero cidadão
Despistando o contraditório mundo dos banidos.

Nada contra seus “hábitos de ex-hippie” - novo establishment? –
Mas o chamado progressista adequar-se ao mundo dos bourbons é inevitável.



Nota: “Bobos”, termo inventado pelo jornalista David Brooks, sintetiza duas palavras e conceitos opostos – “bohemians” ( boêmios) e “bourgeois” (burgueses)- e serve para identificar a nova classe alta norte-americana, que esta assumindo o lugar da antiga aristocracia protestante anglo-saxã.