quinta-feira, 28 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
POEMA DEDICADO A CONSCIÊNCIA DE CLASSE, A DEMOCRACIA OPERÁRIA E A AÇÃO DIRETA DOS POVOS.
( Contribuição ao vídeo documentário "Da servidão moderna" disponível na internet de forma voluntária e revolucionária. Não deixem de assistir... )
Com o relógio à vista
Corre feito louco
Atropelando camelôs e bugingangas
Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...
Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...
Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.
Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida
Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.
Zés destes tempos
Não sente que já é tempo
Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos
Decodificando seu submundo.
Tempo senhor das Eras
Tempo senhor dos tempos
Homem escravo do tempo
Homem escravo do homem
Escravo
do
ESCRAVO.
sábado, 9 de abril de 2011
MORADA
Alguém é uma pessoa que habita minha morada
Construída de carinhos
Decorada, decorada
Por poemas que retratam nosso destino
Feito pássaro, feito ninho,
o calor de suas asas...
Alguns chamam está casa
De um sonho impossível
Outros como tu
Vives como a aurora do dia sem pensar na noite hibernada.
Alguém é uma pessoa que habita minha morada
Sem arrimo, sem um muro, sem um teto
Minha vida está exposta a intempéries das estações inexplicadas
Que faz teu sorriso ou o teu tão emotivo choro meu consolo
E dizer que tudo vale o preço de quem não dá nada...
Que faz tuas noites estreladas ou teu radiante sol...
Meu viver, minha morada!
DO DIÁRIO DE CHE
Vejo agora, com clareza, o capitão bêbado
Bigodudo patrão da embarcação vizinha
Com gestos enriquecidos pelo vinho ruim.
Despedida entusiasmada dos marinheiros
Devotos de Baco.
Conhecemos também outros
Que defendem a sã coletividade humana
E desprezam o parasitismo que via no vagar da maioria das pessoas.
As medidas de repressão não superam os protestos contra a fome
inveterada.
E como eles mesmos chamam o “verme comunista”
Nada mais era que um natural desejo de algo melhor.
Veremos se algum dia, algum mineiro pegar uma picareta com prazer e vá envenenar seus pulmões com alegria consciente.
Dizem que lá, de onde vem a chama rubra que deslumbra hoje o mundo, é assim.
É o que dizem. Eu não sei...
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Garimpando palavras para falar desse momento
Catarse liberadora
Despertem os homens das correntes da ignorância.
Muito há que se fazer...A dúvida é por onde começar!
Vamos primeiro tratar dos sentimentos, do amor tão esquecido nas violadas relações humanas.Queres fazer revolução, comece por si mesmo!
Não critique o trabalho alheio utilizando-se da preguiça; Não defenda a autonomia entoando autoritarismo; e quando falar sobre “sui generis” não utilize a moral ou não fale... seja laico; sobre as riquezas concentrasse na igualdade e compartilhe essa consciência.
Mas se recusam tal partilha...Faça para ti a revolução de todos:
Eliminemos a usura e o culto ao consumo famigerado; censure a banalização da cultura e da arte proletária; defenda o progresso que respeite as ações compatibilizadoras da ciência, homem e meio-ambiente.
Liberte os homens das correntes da ignorância.
A educação é a fortaleza
E a consciência seu ultimato.
*Catarse é a metáfora usada por Aristóteles ( “poética”) para combater a condenação de Platão à arte, especialmente à tragédia, por estimular paixões mórbidas que serviriam mal à humanidade. Na tragédia grega, o herói julga sua consciência culpada, com freqüência devido ao assassinato de um parente. Através da piedade pelo herói, argumenta Aristóteles, o espectador libera-se de seus conflitos psicológicos, de culpas, devido à “autorização” para se emocionar que a ação concreta contida na tragédia concede. E, com isso, revivendo e revisando suas próprias experiências penosas, atinge o espectador um estado de harmonia psicológica e de lucidez realista. Na tradição popular, a cartase liberadora, a purgação de erros pretéritos é alcançada com a revisitação do passado. Trecho do texto de Rogério Cezar de C. Leite/Folha S.P