sábado, 28 de setembro de 2019

SAUDAÇÕES AQUÉM NÃO DESISTE...

Surta a saudade
E eu celebro tudo que possa de bom obteres...

Fizemos muito do pouco que tinhamos
Fizemos pouco de tantos sonhos que achas pequeno dessa altivez...

Que inflama só em lembrar a chama que não tem pavio... 


CROQUI DO QUIPROCÓ





Ele queria uma mulher gostosa

Que não fosse inteligente demais, mas que não fizesse vexame.


Ela queria um homem sensual

Que fosse sincero e trabalhador, mas que seu romantismo incomodasse suas amigas mesmo que isso inconscientemente causasse ciúmes...


Mulheres sabem que homens em sua maioria não são fiéis

Culpam de suas safadezas e olhadelas a outras mulheres.

E as outras mulheres na procura de uma alma gêmea encontram muitas vezes esses ideais amantes nos parceiros de outras mulheres causando sofrimentos e desafios querendo demostrar que são melhores e não menos safadas...

Homens são eternos moleques e mulheres genitoras

Mulheres tem sua personalidade moldadas pelos hormônios

Homens pela indeterminada fusão do biológico e meio social, sem uma prévia definição, pois essa é uma simples opinião em meio a tantas...


Croqui do quiproquó:


Ele desejava sua prima, mas ela tinha a mesma idade e de corpo feito ignorava aquele moleque franzino.

O tempo passou e o menino se fez homem.

Ela, mulher ganhou experiência e percebeu suas paixões, mas já estava envolvida com algum príncipe de sua infância.

Conheceu e amou muitas mulheres e ela ficou apenas na memória a procura de um novo príncipe-sapo...

Quando não a solução para muitos problemas o tempo resolve...

Ela pensou que ia ficar pra titia e ele teve filho e neto precoce!

Este por herança do avô conheceu e descobriu a balzaquiana prima e se casou por estar grávida.

Mas a paixão e a insanidade são parentes e o avô que era um coroa enxuto fretava sua pseudo neta que desta vez notou o amor platônico de seu primo.

Que justo fim teria essa história?

A vida tem muitas peças que o destino pode fazer de quebra-cabeça:

Se existe o amor verdadeiro seria justo esse homem e mulher apaixonada arrancarem esse pudor e serem banidos pela moral que reza a instituição família, em troca de sua felicidade...

Ou privarem-se desse amor proibido em nome de seus entes queridos?


Fácil opinar sobre os problemas que enlaçam a vida alheia, porém esse esboço de uma possível confusão é só para indagar sobre a relação humana que na maioria das vezes pode tornar-se um croqui do quiproquó.


sexta-feira, 27 de setembro de 2019


ASTROLÁBIO



Como posso estar?

Se o meu pensar vive preso a ti...



E meu Falo em riste

Procura desorientado seu pólo...

Minha bússola...

KATHARSIS*




Garimpando palavras para falar deste momento.



Catarse liberadora

Despertem os homens das correntes da ignorância.

Muito há que se fazer...A dúvida é por onde começar!

Vamos primeiro tratar dos sentimentos, do amor tão esquecido nas violadas relações humanas.Queres fazer revolução, comece por si mesmo!



 Não critique o trabalho alheio utilizando-se da preguiça; Não defenda a autonomia entoando autoritarismo; e quando falar sobre “sui generis” não utilize a moral ou não fale... seja laico; sobre as riquezas concentrasse  na igualdade e compartilhe essa consciência.

Mas se recusam tal partilha...Faça para ti a revolução de todos:

Eliminemos a usura e o culto ao consumo famigerado; censure a banalização da cultura e da arte proletária; defenda o progresso que respeite as ações compatibilizadoras da ciência, homem e meio-ambiente.

   

Liberte os homens das correntes da ignorância.

A educação é a fortaleza

E a consciência seu ultimato. 







*Catarse é a metáfora usada por Aristóteles ( “poética”) para combater a condenação de Platão  à arte, especialmente à tragédia, por estimular paixões mórbidas que serviriam mal à humanidade. Na tragédia grega, o herói julga sua consciência culpada, com freqüência devido ao assassinato de um parente. Através da piedade pelo herói, argumenta Aristóteles, o espectador libera-se de seus conflitos psicológicos, de culpas, devido à “autorização” para se emocionar que a ação concreta contida na tragédia concede. E, com isso, revivendo e revisando suas próprias experiências penosas, atinge o espectador um estado de harmonia psicológica e de lucidez realista. Na tradição popular, a cartase liberadora, a purgação de erros pretéritos é alcançada com a revisitação do passado. Trecho do texto de Rogério Cezar de C. Leite/Folha S.P





VIOLÕES





O tom de carícias esvai na sucessiva cadência

Do querer violar.



Teu corpo encostado em meu peito

Mãos rítmicas

 E das suas entranhas as mais belas vibrações...

Melodias, dissonâncias, cantigas para amar.



Quero ser um Luthier

No pretensioso “design” de suas paixões

Um lunático enfeitiçando o ambiente

Fazendo a corte como os bichos

No entardecer descrito naquela canção que fiz para nós dois.



Ah que saudade, ah que esperança, euforia, tu me trazes.



Em cada casa guardas um segredo

Cada batida um coração

  Escalando, escalando, escalando...



A nobreza do teu corpo

Na mata virgem de outrora

Paraíso dos jacarandás

Ressoa...



Quero ser um Luthier

No pretensioso “design” de suas paixões

Um lunático enfeitiçando o ambiente

Fazendo a corte como os bichos

No entardecer descrito naquela canção que fiz para nós dois...

      


ILHA DESERTA







Lançados no mar da vida

Procurando agarrar aquilo que não nos pertence

Conduzido pela corrente da incerteza

Sou Ulisses indo para casa

Desafiando os inventores de Poseidon.





Fiquei contente em avistar uma ilha

Depois percebi que ela também estava à espera de alguém

Deserto do meu oceano

Quem sou eu, quem é você ilha?





Talvez tenha exilado Bocage por dizer o que sentia e pensava

Quem sabe Papilon, fugindo na busca de liberdade

Até mesmo Napoleão, querendo retomar de assalto seu império

Quantos homens, quantas ilhas!





Queria a coragem de Espartacus

Encontrar em cada ilhota um escravo e levar ao continente uma avalanche de soldados.

Queria a coragem dos revolucionários de Serra Maestra

Destruir desertos e plantar sementes...

 [Não venha regar com areia o que você nunca tentou cultivar.Tenha a mesma determinação dos lavradores que semeiam a terra, porque o fruto provera].

Minha sede é a tua procura

Navio cruzando desertos...



 

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

ESTAÇÕES




Esta chuva caindo. Caindo
Trás lembranças daqueles dias...
Que o sol brilhava
E o calor deixava-nos aquecidos.



Sei que os tempos mudam
Com ele, conseqüentemente nós.
Mas a natureza tem seus estágios
Nem por isso se desfaz.



Tempestades talvez apontem,
Animais famintos de amor e paz.



Mas eu quero o amanhã,
De portas abertas
Que as vidas sejam vivas
E a natureza nos conduza
A dimensões suaves e doces.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

DESPERTAR DE UM DESEJO

Nem te conheço e já sinto tua falta
Vivo sonhando em ter contigo
O que nós possamos juntos...

Entrar na alameda dos desejos
Bebendo até se embriagar de vinhos e batidas de sulcos hormonais
Falaremos quaisquer dizeres
Carregados de pedidos obtusos....
Um beijo, muitos abraços
A procura do meu pedaço em teu corpo
Fundido em fogo, em gozo!
Depois de repartimos nossos cansaços
Vou te levar abraçada com o meu tesão...

Nem te conheço e já quero te ter de novo...


sábado, 21 de setembro de 2019


FASES DO SENTIR







Da fortaleza Ágape

Suas fases como a lua

Traduz seu único ser...



Seu reverso se faz também de várias formas

Por ódio, por perda e por anulação...

Anulação, esse ainda não conhecia

Mas seu teor é igual aos outros..

Ser privado do incondicional sentir e saber um do outro...

É o mesmo que dizer adeus!

Nunca gostei dessa palavra

Mas ela não deixara de existir por isso!




quarta-feira, 18 de setembro de 2019

SUPERNOVA


Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...

segunda-feira, 16 de setembro de 2019


A DIALÉTICA DO COGUMELO









As portas da percepção

Como os lobos

Uivavam perante a lua.

Entre as miúças dos anseios e do estresse

Consubstanciado pelo conteúdo e  a  forma

Guarda-chuvas levantam horizontes

Na aurora poética das canções...

Blues...



As odes ecoavam de um azul...

Alimentando as labaredas dos fogos e das paixões

Narcisos enfeitiçados voavam como mariposas

Em meio às luzes de corpos celestes

De um luau.





E dos rastros da mente

Emergiam dos caminhos corcéis

Guiados por um grande índio tupi

E dos arvoredos surgiram uirapurus

Na aurora poética das canções...

Blues...

























O ESCUDO DE PHOBOS



Quando a dúvida sombrea o sentimento
Quando a intuição viola a razão...

O beijo na boca seca
O olhar fica opaco e triste
E a carícia que afagava mácula a pele...



Quando a dúvida sombrea o sentimento
Quando a intuição viola a razão...

Não adianta mais dizer
O silêncio covarde tudo dirá...
Que todo amor revelado tantas vezes
Se perde na avalanche de tantos medos...




sexta-feira, 13 de setembro de 2019


VIDEIRA

Como videira nasci em teu jardim
Alimentado por seu carinho
Escalei as paredes abraçando suas orquídeas...

Mas incomodada com tal vigor transformou o outono em inverno e os dias claros em algo frio e nebuloso!

Agora veja como estamos...
Sem dar frutos, com folhas secando vivo os dias...

Agora veja como estamos...
E como pode ser seu jardim ???
Agora sei que de tantas verdades que existem uma ainda
Me prendi a ti...
Minha videira...

quinta-feira, 12 de setembro de 2019


GOVERNO PARALELO

Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.

Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...

Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.

A bengala coligada
Guia
 A velha democracia

O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.




NARGUILÉ





A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...

Rente aos meus pés/Pequenos seres rastejantes/Sobre a cabeça aves velozes mergulham nos ares disputando seus inimagináveis motivos para viver.

Um horizonte instiga trilhas de rios ao único destino/E as nuvens carregadas de vapores embevecidas dançam...

Como se estivesse no oriente/Numa tenda mulheres mostrando seus ventres aos sons de cítaras.
Como se estivesse nos Andes/Uma grande fogueira com muitos dançarinos ritmados por flautas de pã.
A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...

ENCONTROS E DESPEDIDAS


Aqui me despeço
Juntando migalhas do que poderia ou não ser feito
E assim guiando o destino como rota de contramão
Vou cumprimentar rostos acenando a boa viagem...


Encontrarei sonhos desfeitos
Mares de arrependimento
Mas levando comigo a chama dos viventes...


Novas paragens
Encontraremos aqueles que amam como nos
Em cada luz no olhar uma fagulha de um incêndio
E no horizonte a miragem de que tudo pode mudar...


E se retroceder aquele instante de despedida
Desfazendo todas tristezas e saudades que causaria
Transforme o adeus em reencontro
As lágrimas em alegria de beijos e abraços colossais.

domingo, 1 de setembro de 2019

ORQUIDÁRIO




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como o beijo faz com a boca
Um sabor melhor de todas as guloseimas...
Uma comida de um alimento que nunca se farta...




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como as flores...
Como as orquídeas  com cores de calcinha...
Como são lindas...
As flores fazem as cores e as cores fazem as flores?




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
O que seria da palavra sem a poesia indagaria o poeta:
O beijo faz a flor ficar mais viva ou a dona ficar mais bela?



Logo esse ladrão de emoção...
Que rouba teu chão...
Acaricia tuas flores...
Rouba teu sono...
E você como presa em sua ousadia
Fica a espreita a espera do próximo assalto...




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como as flores...
Como as orquídeas  com cores de calcinha...
Como são lindas...
As flores fazem as cores e as cores fazem as flores?
O que interessa é a importância que damos a elas...