terça-feira, 25 de maio de 2010
CALEIDOSCÓPIO
Dos olhos o mundo que tu achas tão grande com sua pequenez
Que não se deu conta de tantos sentimentos guardados aquela pessoa Ladrão de lençóis.
A dança dos acontecimentos conspirou
Para que o problema financeiro fez flertar
Não mais com o prisma ilusório do amor, mas o prazer das paixões...
As ondas sonoras dão cambiantes impressões
Quando tomamos café da manhã misturada com a ressaca dos exageros da noite passada.
Leituras sobre Franz Kafka, leituras sobre a ótica dos aborígines que cultivam os laços sem o germe bárbaro dos góticos.
Passei quinze anos pensando como eliminar esse voyeur
Mas sua silhueta visitava todas as noites meus sonhos de adolescente e acordava com as vestes molhadas pelo choque dos átomos provocados pela energia platônica.
Serei injusto contigo por não concordar com teu silêncio
Depois de tanto tempo ver tuas pupilas terem aquela réstia de cor e brilho que somente os amantes conseguem mostrar.
Às vezes sinto-me como os personagens de não amarás.
terça-feira, 18 de maio de 2010
UNIVERSO PARALELO
Observando o céu de estrelas
Imensidão abstraída no pensamento
Como formigas saqueando torrões de açúcar
De um pão de sonho cosmogonista.
Zeus e seu olímpo de orixás zodiacais
No entender dos homens deus fez o mundo e vigia tudo
Para Zeus os homens são instrumentos das vontades divinas
Jogos de amor e ódio.
Mesmo que insista na pergunta
Mesmo que não aches a resposta:
O mundo é feito de poesia que faz e desfaz
Reticulando a imagem que vês
Vezes enganando o que senti.
O que queres que eu responda?
Que o mundo imundo que vivemos é um aquário de peixes com bocas que gesticulam sempre o sim;
Que o mundo imundo que vivemos é um teatro de fantoches com sua história já descrita e narrada;
Que o mundo imundo que vivemos é a poeira de um tempo que leva tempestades mas também carrega sóis e chuvas...
Que o mar que habita meu sertão é maior que todos os sertões...
E o que mais desejo é estar numa roda de amigos cantando, bebendo os prazeres da vida, antes que o tempo se esvai...
Antes que meus olhos cansem de olhar quantas estrelas
Que habitam tantos pensamentos e encham meu universo apraz!
quarta-feira, 12 de maio de 2010
O MENINO E A RUA
Olho para rua e vejo
A criança que fui ontem.
Estes meninos que brincam com gestos de preocupação
No entanto, o ar inspirador de sonhos e fantasias
Produz a eminente inocência.
Olho para a rua e vejo
Que além das crianças e velhos sentados a beira das calçadas
Somente o tráfego de pensamentos perdidos
Vagam na insensatez desapercebida
De um mundo velhaco
Que ignora o passado dos velhos que repousam a beira das calçadas...
Olho para a rua e vejo
Que aquela criança não brinca mais nestas ruas.
Será que cresceu e fora atrás de seus sonhos
Ou buscar respostas as suas preocupações?
Será que se desencantou com o mundo que acreditava existir?
Para onde fora o menino desta rua!
Dizem que partiu rumo ao sul.
Dizem que não tem moradia fixa.
Dizem que ocupa seu tempo lendo histórias de lutas e rebeldia
E que um dia ira reconstruir seu sonho perdido
E buscará aquele menino que costumava brincar nesta rua.
sábado, 8 de maio de 2010
BEIJO
A boca murmura/ La boca murmura
A falácia do seu beijo/La falacia de su beso
Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi.../Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...
[ o desejo / el deseo]
Olhares ávidos/ Miradas ávidas
Tornaram-se notados/Se vuelven notadas
Que o desvario presente ao nosso redor/ Que el desvarío presente a nuestro alrededor
Calou-se em prontidão./ Se calló en prontitud.
O sonho desta noite/ El sueño de esta noche
Brindou como dois cálices.../ Brindo como dos cálices...
O vinho dos lábios/El vino de los labios
Com a cálida sede.../ Com la cálida sed...
Da boca que procura/De la boca que procura
A falácia do seu beijo/ La falacia de su beso
Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi.../ Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...
[ o desejo/el deseo]