quinta-feira, 30 de maio de 2013


O POETA E A LUA

 

 

Pelo brilho de seu olhar

Um imã arrastou-me a ti

A multidão inexpressiva ficará só

Por nossa companhia se fazer presente.

 

Como um poeta enfeitiçado pela lua

Cometi o erro dos mortais

Querer saber demais de sua existência

No dia de teu eclipse...

 

Fomos para um olimpo

Em nosso leito porções de vinho

Servidas como alimento mediara os limites...

Quantas fases existem entre o homem e a mulher perguntava o poeta a lua

Que inferno astral faz o amor tornar-se dúvida?

 

De repente no céu estrelado o eclipse se fez

A lua alinhada com a terra e o sol pareciam copular

Tua boca pedia algo que teu corpo exigia

E o poeta amando buscava decifrar poeticamente

Que som tem o prazer, oh lua?

Numa mulher prestes a revelar seus íntimos segredos...

   

Que tom tem o prazer, oh lua?

Numa mulher prestes a revelar seus íntimos segredos...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tu, palavra desmedida inventada pelo meu povo.
Explicação do que sinto
É distrair-se desse sentimento que corta como navalha a carne.

Esta calma estranha
Como a espera de um furacão
A ponte que liga a paixão a um amor anônimo,
A ponte criada para unir o que está separado.

No trote tu me sacode
Mas antes ludibria com  galope compassado
Pisando no gramado da pele que acariciava com o coito.
Como vício me flagela fazendo querer mais este ódio que assola
Depois fissura minhas portas e janelas escancaradas pelo desejo.

Saudações de um anfitrião pedindo esmola
Morrendo de fome provocado por sua ausência.
Kamikaze, irei ao teu encontro
Querendo matar, querendo morrer
Se tu esquecer algum dia de me visitar,
                                                                                              SAUDADE.

        

quarta-feira, 22 de maio de 2013

ESPASMO



Apaixonei-me por tudo que representas
Quando fui dormi você estava lá a minha espera
Num incandescente sonho despida
Teu belo corpo sem pudor lançado sobre o meu...
  
Projeto o teu corpo no confidente desejo
Explorando a carícia da alheia amante...
Estará o desejo realizado na volúpia desse sonho quando estou adormecido?
Estarei apenas vislumbrando aquilo que jamais terei
A enganar com fantasias meu desejo no corpo de alguém?

Indago sobre a própria interrogativa:
Mesmo que algo impeças de te-la
Meu desejo faz-se no sonho de um inusitado encontro...
Projetando o teu corpo em outro corpo.

Que explora a carícia da alheia amante...


UNIVERSO PARALELO



Observando o céu de estrelas
Imensidão abstraída no pensamento
Como formigas saqueando torrões de açúcar
De um pão de sonho cosmogonista.

Zeus e seu olímpo de orixás zodiacais
No entender dos homens deus fez o mundo e vigia tudo
Para Zeus os homens são instrumentos das vontades divinas
Jogos de amor e ódio.

Mesmo que insista na pergunta
Mesmo que não aches a resposta:
O mundo é feito de poesia que faz e desfaz
Reticulando a imagem que vês
Vezes enganando o que senti.

O que queres que eu responda?
Que o mundo imundo que vivemos é um aquário de peixes com bocas  que gesticulam sempre o sim;
Que o mundo imundo que vivemos é um teatro de fantoches com sua história já descrita e narrada;
Que o mundo imundo que vivemos é a poeira de um tempo que leva tempestades mas também carrega sóis e chuvas...
Que o mar que habita meu sertão é maior que todos os sertões...
E o que mais desejo é estar numa roda de amigos cantando, bebendo os prazeres da vida, antes que o tempo se esvai...
Antes que meus olhos cansem de olhar quantas estrelas

Que habitam tantos pensamentos e encham meu universo apraz!

sábado, 18 de maio de 2013


                  Beijo



                        A boca murmura
La  boca murmura
A falácia do seu beijo
                       La falacia de su  beso
Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...
Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...                                                            
                                                                                                         [ o desejo ].
                                                                                                            [el deseo]  

         
                       Olhares ávidos
                Miradas ávidas              
Tornaram-se notados
Se vuelven  notadas
                       Que o desvario presente ao nosso redor
                       Que el desvarío presente a nuestro alrededor
                       Calou-se em prontidão.
                       Se calló en prontitud.
               


O sonho desta noite
                       El sueño de esta noche
                       Brindou como dois cálices...
                       Brindo como dos cálices
                      O vinho dos lábios
                      El vino de los labios
                      Com a cálida sede...
               Com la cálida sed...



                      Da boca que procura
                      De la boca que procura
                      A falácia do seu beijo
                      La falacia de su beso    
                      Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...
                      Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...
                                                                      
                                                                                                             [ o desejo ]     
     [el deseo]

sábado, 11 de maio de 2013


MANIFESTO

 [Reflexão sobre o Fim da Greve do professores de SP/2013]



O que dizer neste momento de total putrefação
A resistência parece estagnada ao sentir a opressão vestida com adereços tecnológicos da mesma ilusão...
Perdeu-se  o compromisso com a consciência de classe os trabalhadores?
Seus idealizadores não ressoam mais o Manifesto em nome dos explorados?
O que fizemos e deixamos de fazer como militantes das bandeiras da libertação?

Não pense que o mundo tornou-se mais humano e o capitalismo sociável.
Não pense que temos que inventar outras ideologias para que os trabalhadores rompam com os grilhões que acorrentam sua sede por justiça...
Tudo está lá como sempre esteve: o sistema bárbaro e carcomido pelo câncer capitalista devorando todo o organismo composto do micro e macrocosmo planetário; A pobreza sustentando o reino consumista da abundância; A miséria da filosofia em nome da benevolência dos hipócritas;

Revolucionar, a priori é tomar consciência de sua realidade...
Revolucionar é buscar romper com a alienação que se alia com às formas mais grotesca da convivência humana.
Revolucionar é tentar mudar nossas vidas e a dos outros sem esperar as vantagens que isso lhe proporcionara...
Revolucionar é a perspectiva de um mundo e uma nova ordem que propicie um equilíbrio entre homem e natureza...
Revolucionar e tomar o açoite do opressor e fazer justiça em prol da igualdade de direitos.
Revolucionar é acabar com o atual sistema econômico global que visa à opressão, a exploração dos homens e dos recursos naturais e a especulação e o domínio das riquezas...
Revolucionar é cultivar a cultura do afeto, da poesia que está nas artes humanas e na  utilização consciente da ciência e da tecnologia em prol da preservação de todos os seres vivos...
Revolucionar é respeitar até as limitações que a própria natureza humana enfrenta ponderando a escolha daquilo que podemos ou não acreditar para não cria falsas ilusões sobre o que permeia a morte e os mistérios do universo.
Revolucionar é acordar ou dormir a hora que for almejando a convivência sadia com o próximo...
Revolucionar é a incessante buscar da liberdade sabendo que jamais seremos felizes se aqueles que convivem com você não compartilham desse mesmo sentir...
Revolucionar é o Ser, o Sentir sem a maestria do Ter...
Revolucionar é o Ter, não como atributo da posse, mas no sentido do fazer que a própria revolução constante realiza no entendimento que o novo sempre vem...  

terça-feira, 7 de maio de 2013


        PRELÚDIO





Caminhar no mundo de tantas posses
O cercado que separa: quem semeia de quem come.


Na véspera de um “novo tempo”
A técnica busca superar: o olhar, o ouvir, o sentir, o falar...


A palavra que ecoa na casa das palavras
Dos homens que anunciam
A arte da revelação contra a maior opressão.


A palavra que ecoa na casa das palavras
Que denuncia a mão que aleja os corpos de quem esculpi.


A palavra que ecoa na casa das palavras
Afirmando que se o verbo veio primeiro então cante para os corações e mentes: Revolução...


A palavra que ecoa na casa das palavras
Sou eu, é você, somos todos nós!
Num prelúdio que derruba muros e abre horizontes
Para criar um mundo melhor.

quinta-feira, 2 de maio de 2013


MESA DE BAR



                Fazia tempos que a solidão
                Apossara em nós como pergaminhos
                E a vida sem objeção
                Procurava apenas um amigo perdido.


                Lembro-me...


                Quantas vezes nos declaramos
                Tirando do finito da consciência
                Os verdadeiros amargos do nosso ser
                E ao falar-lhe dos meus problemas
                Fita-me imóvel a captar...
                Como se fosse transpassado a ti.
                E ao secar-se o copo, pedia:
                Mais um chope!
                Como se fosse o único consolo.
               

                Ao despedir-se cambaleando
                Observei que levava
                Tristemente meus problemas
                Não se importando aparentemente com os seus...
                Onde andará ó meu grande amigo?