sábado, 21 de dezembro de 2019

VIDEIRA

Como videira nasci em teu jardim
Alimentado por seu carinho
Escalei as paredes abraçando suas orquídeas...

Mas incomodada com tal vigor transformou o outono em inverno e os dias claros em algo frio e nebuloso!

Agora veja como estamos...
Sem dar frutos, com folhas secando vivo os dias...

Agora veja como estamos...
E como pode ser seu jardim ???
Agora sei que de tantas verdades que existem uma ainda
Me prendi a ti...
Minha videira...

FASES DO SENTIR







Da fortaleza Ágape

Suas fases como a lua

Traduz seu único ser...



Seu reverso se faz também de várias formas

Por ódio, por perda e por anulação...

Anulação, esse ainda não conhecia

Mas seu teor é igual aos outros..

Ser privado do incondicional sentir e saber um do outro...

É o mesmo que dizer adeus!

Nunca gostei dessa palavra

Mas ela não deixara de existir por isso!




quinta-feira, 12 de dezembro de 2019


ASTROLÁBIO


Como posso estar?
Se o meu pensar vive preso a ti...

E meu Falo em riste
Procura desorientado seu pólo...
Minha bússola...



CAPUCHETA


No céu uma dança no vento guiada pelo carretel de mãos pequeninas
Uma constelação de cometas multicolores...
Plainando e rasgando o ventre do azul celeste...

De repente uma guerra deflagra
Pipas, papagaios, peixinhos, capuchetas são arsenais
Do Zigue-zague, desbicadas, enlaçadas e cortes magistrais 
Onde se ganha ou fracassa...
Ninguém morre...
E quem perde a batalha pode voltar vigoroso!

Gandulas à espreita
Um arrastão de moleques atropelam pedestres, automóveis, muros e caes ferozes em seus quintais
Dona Maria grita por ir ao chão as roupas de seus varais...
Seu Ricardo xinga com a bengala em punho...

A volta às aulas faz cessar a euforia
Que voltara nas próximas férias com a mesma alegria...

Tudo isso faz parte de um passado que revivo na infância de outros...
Isso talvez não importe na cabeça desses acrobatas e kamikazes mirins

Afinal o tempo e o vento conduz tudo e todos...


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019


ESTAMOS EM GREVE?


Sustentamos a sociedade
Sem nosso suor tu não existiria
Estamos nas docas,nas escolas, nas fábricas, no campo, nos túneis, nos andaimes, nas repartições públicas e até na administração dos capitais...
Estamos nas ruas exigindo o que nos é de direito!
Estamos em greve por sua recusa exploradores!


Souberam nos dividir
Depois que construímos máquinas querem demitir
E com o desemprego veio à concorrência, alienação e o medo.


Mas deves lembrar
Que sempre seremos a espinha dorsal
Que erguera e ti dará um basta!
Estamos em greve!
Isso é só o princípio do seu fim...

quinta-feira, 28 de novembro de 2019


DIONEIA





Como planta
Enraizada sobre a pedra
sobrevive...
Se alimenta do meu eu
Como pode?


Eu que tanto cativei
Cativo!
Eu que já fui seu...
Perdido!
Agora sou presa...
Saudade, atemporal!


Passado, não existe mais...
Presente, não te vislumbro!
Saudade, temporal!



Soou no ouvido
A frase de carinho:
Que a gratidão é a memória do mais sublime sentimento.



Eu que tanto cativei
Cativo!
Eu que já fui seu...
Perdido!
Agora sou presa...
Saudade, atemporal!



Passado, não existe mais...
Presente, não te vislumbro!
Saudade, temporal!


quinta-feira, 7 de novembro de 2019


GOVERNO PARALELO



Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.

Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...

Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.

A bengala coligada
Guia
 A velha democracia

O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.



quarta-feira, 6 de novembro de 2019

SUPERNOVA


Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...

sexta-feira, 1 de novembro de 2019


LE IT BE


Foi na dissonância...
Dos enigmas que traduzem as canções
O querer saber onde os pés das paixões caminham
Na estrada sinuosa do devir...

Gostar tanto de você
Como posso cobrar explicações
Daquilo que ainda aflora no meu peito
Como broto, como árvore
Que nasce nas pedras de meu tempo...

Deixe estar!
A estranha forma de responder
Aquilo que marca como tatuagem...
E se houver um dia sem você...
Porque se me faz tão bem?
Deixe estar!

E de absolutos escárnios
Sejam calados por nossos gemidos
Frases sussurradas aos seus ouvidos
Vem comigo!
     



VIA DUPLA


Essas primeiras décadas desse novo século a política do Brasil chegou ao seu limiar - apocalypse now .
Seus medíocres representantes alimentam crises, eliminaram ideologias, sucumbiram a chamada Esquerda com atos de Direita, deram voz falaciosa a histórica setores conservadores   para falarem em nome dos desfavorecidos e os seguimentos do  movimento operário foram engessadas em meio a tal caos e absurdos...

Esse sentimento semelhante a conduzir um veículo desgovernado ou sem freios em alta velocidade em nebulosa estrada volta à tona:

- Pelo retrovisor observamos que tudo que lutamos e passamos pode se perder... Os vermes do absurdo estão na nossa rabeira, por um assalto querem conduzir de novo o veículo com discórdia ou ditadura;

- A frente uma estrada cheia de descasos e injustiças que somente podemos vencer passando por cima, extirpando o mal pela raiz, caso contrário seremos atropelados pelo desmando e a miséria da política capitalista;

- Do lado da Esquerda em meio a essa guerra sem nenhuma ideologia que o apoie, sem nenhum propósito igualitário os trabalhadores sedentos estão como postes, estáticos no temporal;

- Do lado da Direita, as hienas exploradoras retomam seus trabalhos arquitetando e inovando seus famigerados golpes para dominar o corpo social... 

- E acima de nós apenas o céu...


MANIFESTO

O que dizer neste momento de total putrefação
A resistência parece estagnada ao sentir a opressão vestida com adereços tecnológicos da mesma ilusão...
Perdeu-se  o compromisso com a consciência de classe os trabalhadores?
Seus idealizadores não ressoam mais o Manifesto em nome dos explorados?
O que fizemos e deixamos de fazer como militantes das bandeiras da libertação?

Não pense que o mundo tornou-se mais humano e o capitalismo sociável.
Não pense que temos que inventar outras ideologias para que os trabalhadores rompam com os grilhões que acorrentam sua sede por justiça...
Tudo está lá como sempre esteve: o sistema bárbaro e carcomido pelo câncer capitalista devorando todo o organismo composto do micro e macrocosmo planetário; A pobreza sustentando o reino consumista da abundância; A miséria da filosofia em nome da benevolência dos hipócritas;

Revolucionar, a priori é tomar consciência de sua realidade...
Revolucionar é buscar romper com a alienação que se alia com às formas mais grotesca da convivência humana.
Revolucionar é tentar mudar nossas vidas e a dos outros sem esperar as vantagens que isso lhe proporcionara...
Revolucionar é a perspectiva de um mundo e uma nova ordem que propicie um equilíbrio entre homem e natureza...
Revolucionar e tomar o açoite do opressor e fazer justiça em prol da igualdade de direitos.
Revolucionar é acabar com o atual sistema econômico global que visa à opressão, a exploração dos homens e dos recursos naturais e a especulação e o domínio das riquezas...
Revolucionar é cultivar a cultura do afeto, da poesia que está nas artes humanas e na  utilização consciente da ciência e da tecnologia em prol da preservação de todos os seres vivos...
Revolucionar é respeitar até as limitações que a própria natureza humana enfrenta ponderando a escolha daquilo que podemos ou não acreditar para não cria falsas ilusões sobre o que permeia a morte e os mistérios do universo.
Revolucionar é acordar ou dormir a hora que for almejando a convivência sadia com o próximo...
Revolucionar é a incessante buscar da liberdade sabendo que jamais seremos felizes se aqueles que convivem com você não compartilham desse mesmo sentir...
Revolucionar é o Ser, o Sentir sem a maestria do Ter...
Revolucionar é o Ter, não como atributo da posse, mas no sentido do fazer que a própria revolução constante realiza no entendimento que o novo sempre vem...  


quarta-feira, 23 de outubro de 2019



...DIA QUE SE FOI...



Como um elo
A noite te fecunda
Súbito o dia que se faz...
Assim nasceu...
Eu com você!

A gosto de ti
Esperei em meio a tantas escolhas
Achar uma que nos permita
O apreço de nossa história.

Como um elo
O dia se foi..
Súbito dia vira noite...
Tudo se desfaz...
Quando se vai!

Desgosto, como frio do inverno que se faz...
Venha primavera, desvaneça...
Faça do amanhã a promessa de um novo dia!


Abaixo a repressão aos povos oprimidos da América Latina ( Chile, Bolívia, Equador, Honduras, Peru e Venezuela).

O QUE NOS UNE


Pessoas de diferentes culturas
Diferentes situações políticas
E a mesma luta com seus ideais...

Duas almas no mesmo mundo que nos une...

Um é nordestino e o outro andino
Poetas cantores do seu povo sofrido
Portas vozes da liberdade contra a exploração...
Victor morto pela ditadura chilena
Vandré calado pela opressão do regime militar brasileiro!
Mas no vale da história ecoa tuas vozes
Tantos homens diferentes com caminhos e lutas semelhantes...

Duas almas no mesmo mundo que nos une...

A poesia, a música, a luta são vozes de seu povo
Poetas vivos da consciência de classe
Geraldo e Victor fazendo vozes a tantos amordaçados pela injuria, violência e descasos...

Duas almas no mesmo mundo que nos une...

Um é nordestino e o outro andino
Poetas cantores do seu povo sofrido
Portas vozes da liberdade contra a exploração...
Victor morto pela ditadura chilena
Vandré calado pela opressão do regime militar brasileiro!
Mas no vale da história ecoa tuas vozes
Tantos homens diferentes com caminhos e lutas semelhantes...


Duas almas no mesmo mundo que nos une...
Uma só causa...



quarta-feira, 16 de outubro de 2019

KATHARSIS*




Garimpando palavras para falar deste momento.



Catarse liberadora

Despertem os homens das correntes da ignorância.

Muito há que se fazer...A dúvida é por onde começar!

Vamos primeiro tratar dos sentimentos, do amor tão esquecido nas violadas relações humanas.
Queres fazer revolução, comece por si mesmo!



 Não critique o trabalho alheio utilizando-se da preguiça; Não defenda a autonomia entoando autoritarismo; e quando falar sobre “sui generis” não utilize a moral ou não fale... seja laico; sobre as riquezas concentrasse  na igualdade e compartilhe essa consciência.

Mas se recusam tal partilha...Faça para ti a revolução de todos:

Eliminemos a usura e o culto ao consumo famigerado; censure a banalização da cultura e da arte proletária; defenda o progresso que respeite as ações compatibilizadoras da ciência, homem e meio-ambiente.

   

Liberte os homens das correntes da ignorância.

A educação é a fortaleza

E a consciência seu ultimato. 







*Catarse é a metáfora usada por Aristóteles ( “poética”) para combater a condenação de Platão  à arte, especialmente à tragédia, por estimular paixões mórbidas que serviriam mal à humanidade. Na tragédia grega, o herói julga sua consciência culpada, com freqüência devido ao assassinato de um parente. Através da piedade pelo herói, argumenta Aristóteles, o espectador libera-se de seus conflitos psicológicos, de culpas, devido à “autorização” para se emocionar que a ação concreta contida na tragédia concede. E, com isso, revivendo e revisando suas próprias experiências penosas, atinge o espectador um estado de harmonia psicológica e de lucidez realista. Na tradição popular, a cartase liberadora, a purgação de erros pretéritos é alcançada com a revisitação do passado. Trecho do texto de Rogério Cezar de C. Leite/Folha S.P


terça-feira, 15 de outubro de 2019

SUPERNOVA


Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...
VIDEIRA

Como videira nasci em teu jardim
Alimentado por seu carinho
Escalei as paredes abraçando suas orquídeas...

Mas incomodada com tal vigor transformou o outono em inverno e os dias claros em algo frio e nebuloso!

Agora veja como estamos...
Sem dar frutos, com folhas secando vivo os dias...

Agora veja como estamos...
E como pode ser seu jardim ???
Agora sei que de tantas verdades que existem uma ainda
Me prendi a ti...
Minha videira...

quinta-feira, 10 de outubro de 2019


No dia 09 de Outubro de 1967, foi assassinado o guerrilheiro Ernesto Che Guevara. Sua causa era uma sociedade igualitária e justa! 




 DO DIÁRIO DE CHE



                   Vejo agora, com clareza, o capitão bêbado
                   Bigodudo patrão da embarcação vizinha
                   Com gestos enriquecidos pelo vinho ruim.
                  
Despedida entusiasmada dos marinheiros
                   Devotos de Baco.

                   Conhecemos também outros
                   Que defendem a sã coletividade humana
E desprezam o parasitismo que via no vagar da maioria das pessoas.

As medidas de repressão não superam os protestos contra a fome inveterada.
E como eles mesmos chamam o “verme comunista”
Nada mais era que um natural desejo de algo melhor.


BEIJO

 

 

                  A boca murmura

La  boca murmura

A falácia do seu beijo

                   La falacia de su  beso

Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...

Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...                                                             

                                                                  [ o desejo ].

                                                                          [el deseo]     


       

                  Olhares ávidos

                   Miradas ávidas         

Tornaram-se notados

Se vuelven  notadas

                 Que o desvario presente ao nosso redor

                   Que el desvarío presente a nuestro alrededor

                  Calou-se em prontidão.

                   Se calló en prontitud.



                  

O sonho desta noite

                   El sueño de esta noche

                   Brindou como dois cálices...

                   Brindo como dos cálices

                   O vinho dos lábios

                   El vino de los labios

                   Com a cálida sede...

                  Com la cálida sed...

 



                 Da boca que procura

                   De la boca que procura

                 A falácia do seu beijo

                   La falacia de su beso        

                 Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...

                  Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...

                                                                                     [ o desejo ]       

     [el deseo]