terça-feira, 24 de dezembro de 2019
sábado, 21 de dezembro de 2019
VIDEIRA
Como videira nasci em teu jardim
Alimentado por seu carinho
Escalei as paredes abraçando suas orquídeas...
Mas incomodada com tal vigor transformou o outono em inverno e os dias claros em algo frio e nebuloso!
Agora veja como estamos...
Sem dar frutos, com folhas secando vivo os dias...
Agora veja como estamos...
E como pode ser seu jardim ???
Agora sei que de tantas verdades que existem uma ainda
Me prendi a ti...
Minha videira...
FASES DO SENTIR
Da fortaleza Ágape
Suas fases como a lua
Traduz seu único ser...
Seu reverso se faz também de várias formas
Por ódio, por perda e por anulação...
Anulação, esse ainda não conhecia
Mas seu teor é igual aos outros..
Ser privado do incondicional sentir e saber um do outro...
É o mesmo que dizer adeus!
Nunca gostei dessa palavra
Mas ela não deixara de existir por isso!
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
CAPUCHETA
No
céu uma dança no vento guiada pelo carretel de mãos pequeninas
Uma
constelação de cometas multicolores...
Plainando
e rasgando o ventre do azul celeste...
De
repente uma guerra deflagra
Pipas,
papagaios, peixinhos, capuchetas são arsenais
Do
Zigue-zague, desbicadas, enlaçadas e cortes magistrais
Onde
se ganha ou fracassa...
Ninguém
morre...
E
quem perde a batalha pode voltar vigoroso!
Gandulas
à espreita
Um
arrastão de moleques atropelam pedestres, automóveis, muros e caes ferozes em
seus quintais
Dona
Maria grita por ir ao chão as roupas de seus varais...
Seu
Ricardo xinga com a bengala em punho...
A
volta às aulas faz cessar a euforia
Que
voltara nas próximas férias com a mesma alegria...
Tudo
isso faz parte de um passado que revivo na infância de outros...
Isso
talvez não importe na cabeça desses acrobatas e kamikazes mirins
Afinal
o tempo e o vento conduz tudo e todos...
quinta-feira, 5 de dezembro de 2019
ESTAMOS
EM GREVE?
Sustentamos a
sociedade
Sem nosso suor
tu não existiria
Estamos nas
docas,nas escolas, nas fábricas, no campo, nos túneis, nos andaimes, nas
repartições públicas e até na administração dos capitais...
Estamos nas
ruas exigindo o que nos é de direito!
Estamos em
greve por sua recusa exploradores!
Souberam nos
dividir
Depois que
construímos máquinas querem demitir
E com o
desemprego veio à concorrência, alienação e o medo.
Mas deves
lembrar
Que sempre
seremos a espinha dorsal
Que erguera e
ti dará um basta!
Estamos em
greve!
Isso é só o
princípio do seu fim...
domingo, 1 de dezembro de 2019
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
DIONEIA
Como planta
Eu que tanto cativei
Enraizada sobre a pedra
sobrevive...
Se alimenta do meu eu
Como pode?
Cativo!
Eu que já fui seu...
Perdido!
Agora sou presa...
Saudade, atemporal!
Passado, não existe mais...
Passado, não existe mais...
Presente, não te vislumbro!
Saudade, temporal!
Soou no ouvido
A frase de carinho:
Que a gratidão é a memória do mais sublime sentimento.
Eu que tanto cativei
Cativo!
Eu que já fui seu...
Perdido!
Agora sou presa...
Saudade, atemporal!
Passado, não existe mais...
Presente, não te vislumbro!
Saudade, temporal!
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
GOVERNO PARALELO
Transeuntes
Meio-fio
separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando
conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos
quilos de cocaína
O morro.
Policiando
A justiça da
cobra-cega
O tráfego
De
influências...
Políticos
Avaliando o
custo-benefício
Piramidal.
A bengala
coligada
Guia
A velha democracia
O peso da
carcaça
Sucumbe a
sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
SUPERNOVA
Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...
sexta-feira, 1 de novembro de 2019
LE IT BE
Foi
na dissonância...
Dos
enigmas que traduzem as canções
O
querer saber onde os pés das paixões caminham
Na
estrada sinuosa do devir...
Gostar
tanto de você
Como
posso cobrar explicações
Daquilo
que ainda aflora no meu peito
Como
broto, como árvore
Que
nasce nas pedras de meu tempo...
Deixe
estar!
A
estranha forma de responder
Aquilo
que marca como tatuagem...
E
se houver um dia sem você...
Porque
se me faz tão bem?
Deixe
estar!
E
de absolutos escárnios
Sejam
calados por nossos gemidos
Frases
sussurradas aos seus ouvidos
Vem
comigo!
VIA DUPLA
Essas
primeiras décadas desse novo século a política do Brasil chegou ao seu limiar -
apocalypse now .
Seus
medíocres representantes alimentam crises, eliminaram ideologias, sucumbiram a
chamada Esquerda com atos de Direita, deram voz falaciosa a histórica setores
conservadores para falarem em nome dos
desfavorecidos e os seguimentos do movimento
operário foram engessadas em meio a tal caos e absurdos...
Esse
sentimento semelhante a conduzir um veículo desgovernado ou sem freios em alta
velocidade em nebulosa estrada volta à tona:
-
Pelo retrovisor observamos que tudo que lutamos e passamos pode se perder... Os
vermes do absurdo estão na nossa rabeira, por um assalto querem conduzir de
novo o veículo com discórdia ou ditadura;
-
A frente uma estrada cheia de descasos e injustiças que somente podemos vencer
passando por cima, extirpando o mal pela raiz, caso contrário seremos
atropelados pelo desmando e a miséria da política capitalista;
-
Do lado da Esquerda em meio a essa guerra sem nenhuma ideologia que o apoie,
sem nenhum propósito igualitário os trabalhadores sedentos estão como postes, estáticos
no temporal;
-
Do lado da Direita, as hienas exploradoras retomam seus trabalhos arquitetando
e inovando seus famigerados golpes para dominar o corpo social...
-
E acima de nós apenas o céu...
MANIFESTO
O
que dizer neste momento de total putrefação
A
resistência parece estagnada ao sentir a opressão vestida com adereços tecnológicos
da mesma ilusão...
Perdeu-se o compromisso com a consciência de classe os
trabalhadores?
Seus
idealizadores não ressoam mais o Manifesto em nome dos explorados?
O
que fizemos e deixamos de fazer como militantes das bandeiras da libertação?
Não
pense que o mundo tornou-se mais humano e o capitalismo sociável.
Não
pense que temos que inventar outras ideologias para que os trabalhadores rompam
com os grilhões que acorrentam sua sede por justiça...
Tudo
está lá como sempre esteve: o sistema bárbaro e carcomido pelo câncer capitalista
devorando todo o organismo composto do micro e macrocosmo planetário; A pobreza
sustentando o reino consumista da abundância; A miséria da filosofia em nome da
benevolência dos hipócritas;
Revolucionar,
a priori é tomar consciência de sua realidade...
Revolucionar
é buscar romper com a alienação que se alia com às formas mais grotesca da
convivência humana.
Revolucionar
é tentar mudar nossas vidas e a dos outros sem esperar as vantagens que isso
lhe proporcionara...
Revolucionar
é a perspectiva de um mundo e uma nova ordem que propicie um equilíbrio entre
homem e natureza...
Revolucionar
e tomar o açoite do opressor e fazer justiça em prol da igualdade de direitos.
Revolucionar
é acabar com o atual sistema econômico global que visa à opressão, a exploração
dos homens e dos recursos naturais e a especulação e o domínio das riquezas...
Revolucionar
é cultivar a cultura do afeto, da poesia que está nas artes humanas e na utilização consciente da ciência e da
tecnologia em prol da preservação de todos os seres vivos...
Revolucionar
é respeitar até as limitações que a própria natureza humana enfrenta ponderando
a escolha daquilo que podemos ou não acreditar para não cria falsas ilusões sobre
o que permeia a morte e os mistérios do universo.
Revolucionar
é acordar ou dormir a hora que for almejando a convivência sadia com o
próximo...
Revolucionar
é a incessante buscar da liberdade sabendo que jamais seremos felizes se aqueles
que convivem com você não compartilham desse mesmo sentir...
Revolucionar
é o Ser, o Sentir sem a maestria do Ter...
Revolucionar
é o Ter, não como atributo da posse, mas no sentido do fazer que a própria
revolução constante realiza no entendimento que o novo sempre vem...
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
...DIA QUE SE
FOI...
Como um elo
A noite te
fecunda
Súbito o dia que
se faz...
Assim
nasceu...
Eu com você!
A gosto de ti
Esperei em
meio a tantas escolhas
Achar uma que
nos permita
O apreço de
nossa história.
Como um elo
O dia se foi..
Súbito dia vira
noite...
Tudo se desfaz...
Quando se vai!
Desgosto, como
frio do inverno que se faz...
Venha
primavera, desvaneça...
Faça do amanhã
a promessa de um novo dia!
Abaixo a repressão aos povos oprimidos da América Latina ( Chile, Bolívia, Equador, Honduras, Peru e Venezuela).
O QUE NOS UNE
Pessoas
de diferentes culturas
Diferentes
situações políticas
E
a mesma luta com seus ideais...
Duas
almas no mesmo mundo que nos une...
Um
é nordestino e o outro andino
Poetas
cantores do seu povo sofrido
Portas
vozes da liberdade contra a exploração...
Victor
morto pela ditadura chilena
Vandré
calado pela opressão do regime militar brasileiro!
Mas
no vale da história ecoa tuas vozes
Tantos
homens diferentes com caminhos e lutas semelhantes...
Duas
almas no mesmo mundo que nos une...
A
poesia, a música, a luta são vozes de seu povo
Poetas
vivos da consciência de classe
Geraldo
e Victor fazendo vozes a tantos amordaçados pela injuria, violência e
descasos...
Duas
almas no mesmo mundo que nos une...
Um
é nordestino e o outro andino
Poetas
cantores do seu povo sofrido
Portas
vozes da liberdade contra a exploração...
Victor
morto pela ditadura chilena
Vandré
calado pela opressão do regime militar brasileiro!
Mas
no vale da história ecoa tuas vozes
Tantos
homens diferentes com caminhos e lutas semelhantes...
Duas
almas no mesmo mundo que nos une...
Uma
só causa...
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
KATHARSIS*
Garimpando palavras para falar deste momento.
Catarse liberadora
Despertem os homens das correntes da ignorância.
Muito há que se fazer...A dúvida é por onde começar!
Vamos primeiro tratar dos sentimentos, do amor tão esquecido nas violadas relações humanas.
Queres fazer revolução, comece por si mesmo!
Queres fazer revolução, comece por si mesmo!
Não critique o trabalho alheio utilizando-se da preguiça; Não defenda a autonomia entoando autoritarismo; e quando falar sobre “sui generis” não utilize a moral ou não fale... seja laico; sobre as riquezas concentrasse na igualdade e compartilhe essa consciência.
Mas se recusam tal partilha...Faça para ti a revolução de todos:
Eliminemos a usura e o culto ao consumo famigerado; censure a banalização da cultura e da arte proletária; defenda o progresso que respeite as ações compatibilizadoras da ciência, homem e meio-ambiente.
Liberte os homens das correntes da ignorância.
A educação é a fortaleza
E a consciência seu ultimato.
*Catarse é a metáfora usada por Aristóteles ( “poética”) para combater a condenação de Platão à arte, especialmente à tragédia, por estimular paixões mórbidas que serviriam mal à humanidade. Na tragédia grega, o herói julga sua consciência culpada, com freqüência devido ao assassinato de um parente. Através da piedade pelo herói, argumenta Aristóteles, o espectador libera-se de seus conflitos psicológicos, de culpas, devido à “autorização” para se emocionar que a ação concreta contida na tragédia concede. E, com isso, revivendo e revisando suas próprias experiências penosas, atinge o espectador um estado de harmonia psicológica e de lucidez realista. Na tradição popular, a cartase liberadora, a purgação de erros pretéritos é alcançada com a revisitação do passado. Trecho do texto de Rogério Cezar de C. Leite/Folha S.P
terça-feira, 15 de outubro de 2019
SUPERNOVA
Quando partir não terei remorsos do que fiz...
As saudades que levarei serão compartilhadas com lembranças que deixei...
Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...
Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...
Como a morte que não oferece caminho de retorno
A vida que te deu o mundo também o deixará...
Seguirei nessa outra jornada com luz própria
A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...
VIDEIRA
Como videira nasci em teu jardim
Alimentado por seu carinho
Escalei as paredes abraçando suas orquídeas...
Mas incomodada com tal vigor transformou o outono em inverno e os dias claros em algo frio e nebuloso!
Agora veja como estamos...
Sem dar frutos, com folhas secando vivo os dias...
Agora veja como estamos...
E como pode ser seu jardim ???
Agora sei que de tantas verdades que existem uma ainda
Me prendi a ti...
Minha videira...
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
No dia 09 de Outubro de 1967, foi assassinado o guerrilheiro Ernesto Che Guevara. Sua causa era uma sociedade igualitária e justa!
DO DIÁRIO DE
CHE
Vejo
agora, com clareza, o capitão bêbado
Bigodudo
patrão da embarcação vizinha
Com
gestos enriquecidos pelo vinho ruim.
Despedida
entusiasmada dos marinheiros
Devotos
de Baco.
Conhecemos
também outros
Que
defendem a sã coletividade humana
E desprezam o
parasitismo que via no vagar da maioria das pessoas.
As medidas de
repressão não superam os protestos contra a fome inveterada.
E como eles
mesmos chamam o “verme comunista”
Nada mais era
que um natural desejo de algo melhor.
BEIJO
A boca murmura
La boca murmura
A falácia do seu beijo
La falacia de su beso
Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...
Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...
[ o desejo ].
[el deseo]
Olhares ávidos
Miradas ávidas
Tornaram-se notados
Se vuelven notadas
Que o desvario presente ao nosso redor
Que el desvarío presente a nuestro alrededor
Calou-se em prontidão.
Se calló en prontitud.
O sonho desta noite
El sueño de esta noche
Brindou como dois cálices...
Brindo como dos cálices
O vinho dos lábios
El vino de los labios
Com a cálida sede...
Com la cálida sed...
Da boca que procura
De la boca que procura
A falácia do seu beijo
La falacia de su beso
Escondendo-se entre o céu e a língua frenesi...
Escondiéndose entre el cielo y la lengua frenesí...
[ o desejo ]
[el deseo]
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