terça-feira, 31 de março de 2020

CÓLERA DOS POETAS



Pasmem!  Elevou o tom o homem que declamava:

-        Costumam acusar-nos de quimeras. Que vivemos num mundo irreal alimentado por versos elaborados por uma subjaz filosofia.

-        Afirmam que as relações humanas, essa monogâmica expulsa do paraíso foi vítima da conspiração do destino.E que nunca iremos compreender. Nunca...que o gênero foi criado pela sagrada necessidade de suprir seus instintos.E a mulher até hoje corre para alcançar o seu ritmo de igualdade.

-        Tudo que é vivo morre, menos a celestial alma humana. A arrogância  e vil superioridade na antiguidade colocou o homo sapiens no centro do universo por falta de esclarecimento, e pela mesma falta devemos continuar sem titubear diante da imensidão do universo.

-        Qualquer ser vivente por ser irracional é guiado pelo instinto, pela dialética natureza. Qualquer homem que por sua racionalidade - tende a ignorar e não distinguir...-, rejeita a dialética natureza e contradiz o que pensa.

Soslaios; as pessoas que transitam nas ruas do centro incorporam esse hábito, por mais curiosidade sinta, que um homem fale ao esmo ou que alguém por motivo desconhecido sofra um mal estar, mas se porventura este mesmo indivíduo venha a falecer.Todos o cobiçam... como fossem abutres na carniça.

-        Terra em transe! Vivemos um momento único; Dê-me sua mão...


Não me deixe morrer.



CLAVE DE SOL



Esse lindo dorso
De flores que exalam aromas que inspiram
Poemas, melodias e tons de sol...
Tatuando o desejo...



E ai procuro palavras...
Que rime com meu estado de espírito
Vezes são melódicas
Vezes são navalhas que cortam...



Essa caça para ser presa...
Essa chave perdida de tantas portas fechadas e abertas
Algumas emperradas pela espera e procura...
Algumas entreabertas pelo descuido...



Esse lindo dorso
De flores que exalam aromas que inspiram
Poemas, melodias e tons de sol...
Essa chave perdida de tantas portas fechadas e abertas
Unindo e separando como Mandalas...
O meu e o seu universo...


domingo, 29 de março de 2020



Com o relógio à vista


Corre feito louco


Atropelando camelôs e bugigangas


Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...


Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...


Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.


Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida.






Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.






Zés destes tempos


Não sente que já é tempo


Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos


Decodificando seu submundo.








Tempo senhor das Eras


Tempo senhor dos tempos


Homem escravo do tempo


Homem escravo do homem





Escravo


do

Escravo.

sábado, 28 de março de 2020

Society Eddie Vedder ( Legendado inglês/português)

A MEMÓRIA DOS SENTIDOS



Esqueça, que não te esquecerei...
Esse sempre foi o meu grandioso defeito
Pensar e sentir muito..
Em um piscar vem da memória
E dos sentidos o colapso...


Vem desperta de meu sono e me deixa nesse pesadelo
Como gostar sem poder querer...
Vem sentimento, varre e deixa apenas as palavras como consolo...
Vai pensamento, varre e deixa apenas as palavras como consolo...


Não esqueça, que não te esquecerei...
Que a intensidade não é arrependimento

Que meu desejo é vidraça que o pensar joga pedras...

quarta-feira, 25 de março de 2020


CUIDE-SE BEM


Você diz para me cuidar
E fica no seu mundo
Enquanto eu me sinto sozinho...

Você diz para me cuidar
Como poderei sem o teu zelo por perto...
O que será do amanhã se o meu ontem você não pode ou quiz estar...

Cuidar deve ser um abrigo...
E eu não consigo compreender que amar alguém é errado...
Cuide disso por nós...
 

ENCONTROS E DESPEDIDAS


Aqui me despeço
Juntando migalhas do que poderia ou não ser feito
E assim guiando o destino como rota de contramão
Vou cumprimentar rostos acenando a boa viagem...

Encontrarei sonhos desfeitos
Mares de arrependimento
Mas levando comigo a chama dos viventes...

Novas paragens
Encontraremos aqueles que amam como nos
Em cada luz no olhar uma fagulha de um incêndio
E no horizonte a miragem de que tudo pode mudar...

E se retroceder aquele instante de despedida
Desfazendo todas tristezas e saudades que causaria
Transforme o adeus em reencontro
As lágrimas em alegria de beijos e abraços colossais.

"O PATRIOTISMO É O ÚLTIMO REFÚGIO DE UM CANALHA" Samuel Johnson



A PENÚLTIMA REVOLUÇÃO

  
Quando ouço certas canções
Pedaços de sentimentos...
Temores, desejos, lutas e glorias!
Não cabe em meu pensamento
Não cabe em meu sentimento
Não cabe essa incessante vontade de prosseguir...
Não cabe aceitar a efemeridade dos extremos da riqueza e pobreza
Não cabe...


Vamos!
Peguemos as armas...
Vamos!
Lutemos até a morte da alienação.
“Quem anda com luz própria, nada pode apagar...”


Não temos mais nada a perder
Ou nosso propósito alimentara as nossas vidas
Ou a predestinação do sistema guiara todos ao caos.
Não a justiça para quem está morto.

Vamos!
Peguemos as armas...
Vamos!
Lutemos até a morte da alienação.
“Quem anda com luz própria, nada pode apagar...”

Nossos filhos agora terão o que fazer...
Façamos o movimento
Façamos a Revolução
Que a Consciência fará o resto...

terça-feira, 24 de março de 2020

FILHOS DA PÁTRIA


Discursos inflamados
Te cobram obediência
As hienas não param de dilacerar o corpo social querendo cada vez mais...


Te pedem paciência
Dizendo que deve ser filho da pátria...


Os filhos da puta

Fazem silogismo clamando pacifismo no “ceu-inferno”.
O ESCUDO DE PHOBOS



Quando a dúvida sombrea o sentimento
Quando a intuição viola a razão...

O beijo na boca seca
O olhar fica opaco e triste
E a carícia que afagava mácula a pele...



Quando a dúvida sombrea o sentimento
Quando a intuição viola a razão...

Não adianta mais dizer
O silêncio covarde tudo dirá...
Que todo amor revelado tantas vezes
Se perde na avalanche de tantos medos...



segunda-feira, 23 de março de 2020

SAUDAÇÕES AQUÉM NÃO DESISTE...









Surta a saudade

E eu celebro tudo que possa de bom obteres...



Fizemos muito do pouco que temos

Fizemos pouco de tantos sonhos que achas pequeno dessa altivez...



Que inflama só em lembrar a chama que não tem pavio... 


terça-feira, 17 de março de 2020

GOVERNO PARALELO



Transeuntes
Meio-fio separa uma velha pedinte de correligionários
Da situação
Edificando conglomerados produtivos
Especulam
Na Bolsa dos quilos de cocaína
O morro.

Policiando
A justiça da cobra-cega
O tráfego
De influências...

Políticos
Avaliando o custo-benefício
Piramidal.

A bengala coligada
Guia
 A velha democracia

O peso da carcaça
Sucumbe a sapiência dos povos
Calcanhar-de-aquiles.



terça-feira, 10 de março de 2020

ORQUIDÁRIO




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como o beijo faz com a boca
Um sabor melhor de todas as guloseimas...
Alimento que nunca se farta...




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como as flores...
Como as orquídeas  com cores de calcinha...
Como são lindas...
As flores fazem as cores e as cores fazem as flores?




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
O que seria da palavra sem a poesia indagaria o poeta:
O beijo faz a flor ficar mais viva ou a dona ficar mais bela?



Logo esse ladrão de emoção...
Que rouba teu chão...
Acaricia tuas flores...
Rouba teu sono...
E você como presa em sua ousadia
Fica a espreita a espera do próximo assalto...




O que seria as coisas sem os sentidos que damos a elas...
Como as flores...
Como as orquídeas  com cores de calcinha...
Como são lindas...
As flores fazem as cores e as cores fazem as flores?
O que interessa é a importância que damos a elas...









MANIFESTO

O que dizer neste momento de total putrefação
A resistência parece estagnada ao sentir a opressão vestida com adereços tecnológicos da mesma ilusão...
Perdeu-se  o compromisso com a consciência de classe os trabalhadores?
Seus idealizadores não ressoam mais o Manifesto em nome dos explorados?
O que fizemos e deixamos de fazer como militantes das bandeiras da libertação?

Não pense que o mundo tornou-se mais humano e o capitalismo sociável.
Não pense que temos que inventar outras ideologias para que os trabalhadores rompam com os grilhões que acorrentam sua sede por justiça...
Tudo está lá como sempre esteve: o sistema bárbaro e carcomido pelo câncer capitalista devorando todo o organismo composto do micro e macrocosmo planetário; A pobreza sustentando o reino consumista da abundância; A miséria da filosofia em nome da benevolência dos hipócritas;

Revolucionar, a priori é tomar consciência de sua realidade...
Revolucionar é buscar romper com a alienação que se alia com às formas mais grotesca da convivência humana.
Revolucionar é tentar mudar nossas vidas e a dos outros sem esperar as vantagens que isso lhe proporcionara...
Revolucionar é a perspectiva de um mundo e uma nova ordem que propicie um equilíbrio entre homem e natureza...
Revolucionar e tomar o açoite do opressor e fazer justiça em prol da igualdade de direitos.
Revolucionar é acabar com o atual sistema econômico global que visa à opressão, a exploração dos homens e dos recursos naturais e a especulação e o domínio das riquezas...
Revolucionar é cultivar a cultura do afeto, da poesia que está nas artes humanas e na  utilização consciente da ciência e da tecnologia em prol da preservação de todos os seres vivos...
Revolucionar é respeitar até as limitações que a própria natureza humana enfrenta ponderando a escolha daquilo que podemos ou não acreditar para não cria falsas ilusões sobre o que permeia a morte e os mistérios do universo.
Revolucionar é acordar ou dormir a hora que for almejando a convivência sadia com o próximo...
Revolucionar é a incessante buscar da liberdade sabendo que jamais seremos felizes se aqueles que convivem com você não compartilham desse mesmo sentir...
Revolucionar é o Ser, o Sentir sem a maestria do Ter...
Revolucionar é o Ter, não como atributo da posse, mas no sentido do fazer que a própria revolução constante realiza no entendimento que o novo sempre vem...