segunda-feira, 25 de março de 2024

 SUPERNOVA

 

 

Quando partir não terei remorsos do que fiz...

As saudades que levo serão compartilhadas com lembranças que deixarei...

 

 

Sem os receios que fortalecem as dúvidas fiz minhas escolhas...

Mesmo que tantos empecilhos e covardias retardassem meus propósitos...

Como a morte que não oferece caminho de retorno

A vida que te deu o mundo também o deixará...

 

 

Seguirei nesta outra jornada com luz própria

A caminho de tantas outras estradas da natureza cósmica...

 

terça-feira, 12 de março de 2024

 Com o relógio à vista

Corre feito louco

Atropelando camelôs e bugingangas

Correm entre os carros, prédios, lotações, corre...

Pra pagar as contas, pra poder comer, vestir o filho, pra esquecer Maria que cobra todo dia um pouco de atenção para o seu tesão...

Sem perceber que sua vida parada como pedra no caminho a espera de algum tropeço o desperte.

Xingando ter culpa os pais dos filhos da puta do atraso de sua partida

Zé quer ter promoção ao chegar no trabalho onde o patrão de sentinela e com relógio a prazo te dará o troco.

 

Zés destes tempos

Não sente que já é tempo

Tempo de viver enquanto a vida escorre pelos dedos

Decodificando seu submundo.

 

Tempo senhor das Eras

Tempo senhor dos tempos

Homem escravo do tempo

Homem escravo do homem

 

Escravo

do

 

ESCRAVO.

 

domingo, 11 de fevereiro de 2024

 

ILHA DESERTA

 

 

Lançados no mar da vida

Procurando agarrar aquilo que não nos pertence

Conduzido pela corrente da incerteza

Sou Ulisses indo para casa

Desafiando os inventores de Poseidon.

 

 

Fiquei contente em avistar uma ilha

Depois percebi que ela também estava à espera de alguém

Deserto do meu oceano

Quem sou eu, quem é você ilha?

 

 

Talvez tenha exilado Bocage por dizer o que sentia e pensava

Quem sabe Papillon, fugindo na busca de liberdade

Até mesmo Napoleão, querendo retomar de assalto seu império

Quantos homens, quantas ilhas!

 

 

Queria a coragem de Espartacus

Encontrar em cada ilhota um escravo e levar ao continente uma avalanche de soldados.

Queria a coragem dos revolucionários de Serra Maestra

Destruir desertos e plantar sementes...

 [Não venha regar com areia o que você nunca tentou cultivar. Tenha a mesma determinação dos lavradores que semeiam a terra, porque o fruto provera].

Minha sede é a tua procura

Navio cruzando desertos...

 

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

ABAIXO A QUERRA SANTA, GUERRA SECULAR QUE SOMENTE MATA VIDAS INOCENTES! 



CRISTO ATEU

  

Em nome de deus justificam a guerra

A terra santa sangra a paz

Das fendas os elos brotam raízes

Milênios em seis dias se faz.

 

 

Com multidões veio um homem prometendo a terra

Outro homem pedindo a paz.

“Uma terra sem povo para um povo sem terra”

Terra donde ninguém se entende mais.

 

 

E no muro de lamentos e orações...

Pedras intifadas picham soldados que fuzilam o perdão.

 

Kibutz não sejam campos

Que concentrem a divisão.

E que as fatwas não sejam facas

Cortando a expressão.

 

“Uma terra sem povo para um povo sem terra”

Eis a questão!

 

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

 

A DIALÉTICA DO COGUMELO

 

  

As portas da percepção

Como os lobos

Uivavam perante a lua.

Entre as miúças dos anseios e do estresse

Consubstanciado pelo conteúdo e  a  forma

Guarda-chuvas levantam horizontes

Na aurora poética das canções...

Blues...

 

As odes ecoavam de um azul...

Alimentando as labaredas dos fogos e das paixões

Narcisos enfeitiçados voavam como mariposas

Em meio às luzes de corpos celestes

De um luau.

 

 

E dos rastros da mente

Emergiam dos caminhos corcéis

Guiados por um grande índio tupi

E dos arvoredos surgiram uirapurus

Na aurora poética das canções...

Blues...

 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

 

O ESCUDO DE PHOBOS

 

 

 

Quando a dúvida sombrea o sentimento

Quando a intuição viola a razão...

 

O beijo na boca seca

O olhar fica opaco e triste

E a carícia que afagava mácula a pele...

 

 

 

Quando a dúvida sombrea o sentimento

Quando a intuição viola a razão...

 

Não adianta mais dizer

O silêncio covarde tudo dirá...

Que todo amor revelado tantas vezes

Se perde na avalanche de tantos medos...

 

 

 

 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 PROCISSÃO

 


 

 

De hoje em diante...

Não trairei mais as leis e ordens cidadãs

Não encherei a cara de cachaça

Embriagando os ambientes de dizeres obscenos.

 

 

 

Ficarei sereno

 Com a sensatez dos tolos

Porque você merece estar tranqüilo aceitando o destino traçado por deus.

 

 

 

Estarás incólume como uma barata num cubículo escuro

A espera do próximo cortejo que o levara direto para o céu...

Sete palmos abaixo da terra.