sexta-feira, 19 de julho de 2013

DA JANELA PARA O MUNDO



                            Abri a janela
                            Vi o mundo
                            Não me enxerguei.

                            Tentei com os olhos
                            Mesclar o azul
                            Avancei no céu, anoiteceu.
                            Viajei entre as estrelas, viajei...

                            “O vazio é tão completo”
                            No vazio não há fronteiras, fui além...     

                            O impossível existe?
                            Fechei os olhos
                            Mesclei o preto,
                                                        [ sonhei ].


                            Encontrei um homem.

                           


Escrevia?
                                      Desenhava?
                                               Perguntei quem era?
                                                                  O que fazia?
                                                                           Disse-me: Você.                                                         



terça-feira, 16 de julho de 2013

PINGO D’ÁGUA

  


Às vezes me sinto

Largado no mar

Procurando nas ruas ou em qualquer lugar...

Você, o verbo amar

Você, não quer deixar...




Mas sempre um dedo aponta no ar...

Ditando caminhos

Para largar

Você, o verbo amar
Você, não quer deixar...



Pingo d’água na moleira

Quase o dia, noite inteira.
É preciso mais...
É preciso muito mais...
Para poder acabar com o mal que tanto se faz.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

A DIALÉTICA DO COGUMELO




As portas da percepção
Como os lobos
Uivavam perante a lua.
Entre as miúças dos anseios e do estresse
Consubstanciado pelo conteúdo e  a  forma
Guarda-chuvas levantam horizontes
Na aurora poética das canções...
Blues...

As odes ecoavam de um azul...
Alimentando as labaredas dos fogos e das paixões
Narcisos enfeitiçados voavam como mariposas
Em meio às luzes de corpos celestes
De um luau.


E dos rastros da mente
Emergiam dos caminhos corcéis
Guiados por um grande índio tupi
E dos arvoredos surgiram uirapurus
Na aurora poética das canções...
Blues...



O IMPÉRIO DOS “BOBOS”


Vestido para acampar
Com pick-ups cruzando a wall street
Figurantes cabiam pela rede de milhões.


Embalados pelo rock’n roll
Aboliram paternos conceitos...
E o psicodelismo transportado para a contracepção imperial
Recriou o burguês.


A democracia lhe pertence
Com ranços da sistemática mão invisível
Que esmaga o social como uma tribo – singular periférico da aldeia global –
Porém, as comoções surtem efeitos negativos ao intelecto empreendedor,
Que circula como mero cidadão
Despistando o contraditório mundo dos banidos.


Nada contra seus “hábitos de ex-hippie” - novo establishment? –
 Mas o chamado progressista adequar-se ao mundo dos bourbons é inevitável.






Nota: “Bobos”, termo inventado pelo jornalista David Brooks, sintetiza duas palavras e conceitos opostos – “bohemians” ( boêmios) e “bourgeois” (burgueses)- e serve para identificar a nova classe alta norte-americana, que esta assumindo o lugar da antiga aristocracia protestante anglo-saxã.

 


 


NARGUILÉ




A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...

Rente aos meus pés/Pequenos seres rastejantes/Sobre a cabeça aves velozes mergulham nos ares disputando seus inimagináveis motivos para viver.

Um horizonte instiga trilhas de rios ao único destino/E as nuvens carregadas de vapores embevecidas dançam...

Como se estivesse no oriente/Numa tenda mulheres mostrando seus ventres aos sons de cítaras.
Como se estivesse nos Andes/Uma grande fogueira com muitos dançarinos ritmados por flautas de pã.
A fumaça como pensamento se esvai/Flutuando como balões/Procurando, procurando não sei o que...