CAPUCHETA
No céu uma dança no vento guiada pelo carretel de mãos pequeninas
Uma constelação de cometas multicolores...
Plainando e rasgando o ventre do azul celeste...
De repente uma guerra deflagra
Pipas, papagaios, peixinhos, capuchetas são arsenais
Do Zigue-zague, desbicadas, enlaçadas e cortes magistrais
Onde se ganha ou fracassa...
Ninguém morre...
E quem perde a batalha pode voltar vigoroso!
Gandulas à espreita
Um arrastão de moleques atropelam pedestres, automóveis, muros e caes ferozes em seus quintais
Dona Maria grita por ir ao chão as roupas de seus varais...
Seu Ricardo xinga com a bengala em punho...
A volta às aulas faz cessar a euforia
Que voltara nas próximas férias com a mesma alegria...
Tudo isso faz parte de um passado que revivo na infância de outros...
Isso talvez não importe na cabeça desses acrobatas e kamikazes mirins
Afinal o tempo e o vento conduz tudo e todos...
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