ABSOLESCÊNCIA PLANEJADA
Antigamente juntava uma galera e eu pensava que
todos estavam procurando sair do mesmo mundinho...
Depois cada qual cresceu neste segredo de viver
naquilo que abominamos, mas as mudanças parecem que acabaram por livre
espontânea vontade...
E o mundo continuou girando e eu como pedra vivi
entre rochedos...
As esperanças de um mundo novo ficaram da mesma
maneira que a decepções de outros que um dia repensei...
Hoje percebi a inusitada descoberta...
Os jovens tornaram-se velhos, com egoísmo velho,
com bebedeiras renovadas, a mesquinhez a explorar um gole ou um trago para
acumular cada vez mais sua miséria...
Eu me sinto assim... Minha covardia deu-me
desespero de falar à verdade que a farsa que sempre escondi em quem sou e nunca
revelei...
Sou inocente tal qual culpado de não dizer antes o
que sou mediocremente hoje...
É hora amigo!
De deixar de procurar intensidade, luzes de um
cometa que já passou... Em seguida vem outro...
Beber cicuta em cálices para rir, para poder
chorar...
Anestesiar a realidade que não queremos entender...
Estilhaços de uma moral que condena a procura da
sanidade de quem não há tem!
Observe novamente a tua imagem em teu espelho
Toque e perceba que é fria como a absolescência
planejada dos vendedores de sonhos do mundo atual, não tem essência só
aparência...
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